sexta-feira, 29 de junho de 2012

De mudança

Amigos valentes que aguentam este blogueiro, fica esse post aqui para informar que o blog acaba de mudar para uma nova casa. Você, herói, que atura está convidadíssimo para visitar a gente por lá. Segue a mesma linha atrevida e desinformada de sempre.

Anotem aí:

http://vinteum.blogosfera.uol.com.br/

Até!

terça-feira, 26 de junho de 2012

Você tem sede de quê?

 Mais pessoas podiam ter visto a estreia de Larry pelo Brasil

Agora fora de quadra?

Vamos repetir: não custava cuidar um pouco melhor de seu produto mais nobre, custava? A seleção jogou com um novo-novo modelo de uniforme. Nesta temporada, já contei quatro: verde e amarelo, azul, branco e amarelo, branco, azul e amarelo e, por fim, esse amarelo e azul desta terça-feira. Tirando o branco e azul, achei todos muito bonitos. Mas não paramos aqui para falar de estética, não importa. 

O lance é: por que diabos não há uma sessão de fotos com esses uniformes? Nem que fosse restrita aos atletas da seleção patrocinados da Nike. O que há de tão difícil nisso? O Magnano não deixa?

De resto, o ginásio de São Carlos tem um porte interessante, mas parece que o público fica muito distante da quadra. Também não encheu como se podia torcer. Que departamento de marketing pode se gabar disso?

Seguem apostando na mesma fórmula de sempre: algumas migalhas no Globo Esporte, o jogo ao vivo no SporTV2, e segue o barco – por falar em SporTv, sem ironia nenhuma, foi ótimo o repórter deles na transmissão dupla de hoje, com intervenções sempre pertinentes e, principalmente, sagazes. 

Está longe de ser comovente o esforço  da confederação para faturar e alastrar o basquete a partir do topo. Imagine, então, no fluxo contrário… Triste. 

Os dois lados


De Nenê para Varejão: no ataque, pivô já deixa clara a sua influência positiva

Vamos falar de quadra:  das quatro seleções que jogaram na abertura do torneio amistoso em São Carlos hoje, a brasileira foi a melhor e a neozelandesa, a pior. Coincidência?

Rodando de modo alucinado seus quintetos em quadra, a cada dois ou três minutos pondo fulano, tirando marmanjo, sem deixar o banco esquentar, Magnano aplicou um ritmo muito forte ao time. Pressionaram a bola após erros e cestas no ataque, causaram desperdícios de posse, roubos e cestas fáceis. 

Em 25 minutos, a equipe da Oceania havia feito apenas 18 pontos. Terminou com outros 15 nos últimos 12, mas aí foi quando a perna cansou um pouco e não havia mais por que forçar tanto também. 

De qualquer forma, a mesma ressalva que valeria para a crítica, conta para o elogio também: foi só o primeiro jogo, né?

Com as segunda e terceira rodadas jogadas, podendo comparar os resultados e desempenhos de nigerianos e gregos também,  aí teremos um caldeirão todo de contexto para responder mais precisamente se é o time brasileiro que começou voando, ou se é a Nova Zelândia que estará gastando sua milhagens na viagem para Caracas.

* * *
Nenê teve um ótimo e tranquilo retorno. Motrou um pouco de seus talentos, com passes precisos e incomuns vindos de um pivô, ajudando a mexer a bola, sem se preocupar em "chamar" o seu chute, ou as suas investidas. Issfo Além disso, a malandragem aqui e ali de um neozelandês ajudam a quebrar o gelo em relação a qualquer diferença que exista entre o mundo Fiba e aquele estelar da NBA. 

Varejão é quem mais tem do que se beneficiar nesses amistosos, para tirar o ferrugem e dobrar bem a munheca que ficou muito tempo imobilizada. 

E o Leandrinho??? Bem, o Leandrinho... Essa coisa de se enrolar para pagar o seguro do ala-armador que estava anunciado como agente livre desde... Nem sei mais quando. Ou melhor: sabemos, todo mundo sabe. Há cinco anos. O contrato tinha prazo de validade, e tudo fica para a última hora, mesmo. Sem treino, sem jogo, com riscos e falta de clareza na administração.

* * *

Mesmo sem Ben Uzoh e Solomon Alabi, duas peças importantes, a Nigéria confirmou mais cedo o bom pressentimento do VinteUm quanto ao atual time. No sentido de que vem com um elenco bem competitivo, que vai pedir o máximo de seus rivais. Não tem essa de saco de pancada, não, nesta temporada. Um elenco extremamente atlético, mas bem atlético mesmo, com jogadores versáteis e compridos toda a vida. Ainda falta um senso de organização ofensivo e defensivo masi refinado – os gregos se esbaldaram com tiros livres de três pontos –, mas, ainda assim, de bandeja em bandeja, contestada ou não, a equipe africana ficou no jogo por três quartos e meio contra um dos favoritos do Pré-Olímpico Mundial. 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Olho na Nigéria


Aminu (e) reforça a seleção nigeriana com sua linhagem real e de NBA

Nesta semana, a Seleção de Magnano vai para a quadra em São Carlo, terra de Nenê, para realizar seus primeiros três amistosos rumo a Londres-2012. Os rivais são Grécia, Nova Zelândia e Nigéria.  Dado o histórico recente das equipes, o normal seria apontar a equipe africana como a mais fraca, a barbada da vez. Calma, que não sei se vai ser o caso, não. 

Primeiro, que eles já estão jogando. Na sexta-feira passada, bateram a Grã-Bretanha (nossa adversária, mas desfalcada de Luol Deng e Pops Mensah-Bonsu, primo do Kojo Mensah) por 86 a 80, na prorrogação. 

O mais interessante, contudo, é saber da montagem atual de seu elenco. Com tantos jogadores revelados pelo país e descendentes diretos espalhados por Estados Unidos e Europas, potencial atlético e físico não falta ao time nigeriano. Basta só organizar as coisas. No basquete universitário norte-americano, por exemplo, havia 25 nigerianos inscritos na temporada passada.

Emeka Okafor e Andre Iguodala são casos de jogadores que poderiam ter sido aproveitados pelo país. Mas esse trem já passou. De todo modo, em sua atual formação, a seleção vem com nomes interessantes, a começar pelo pivô Ike Diogu, ex-NBA que deu uma canseira danada na Liga das Américas deste ano, atuando por equipe porto-riquenha. Ele é um terror próximo da tabela, com muitos movimentos, instinto e força. 

Da liga norte-americana vêm o ala Al-Farouq Aminu (New Orleans Hornets) e o armador Ben Uzo e o pivô Solomon Alabi (ambos do Toronto Raptors). São todos jogadores de razoáveis para bons, em especial Aminu, de potencial vasto. Antes de tudo, são atletas de primeiro time: longos, rápidos e já experientes em competições de primeiro nível – embora não no mundo das seleções FIBA. O veterano Ime Udoka, ex-Spurs e um dos líderes da equipe nas últimas décadas, está fora.

Uma nota sobre Aminu? Segundo o comitê olímpico nigeriano, o jovem ala tem ascendência que remete a uma famila real do país. Seu nome significa algo como "o chefe já chegou". Ô, loco. 

Arrumando a casa, a Nigéria pode ser uma força emergente a incomodar muita gente do alto escalão. A última vez que fizeram isso, não deu outra: no Mundial de 2006, no Japão, caíram nas oitavas de final em confronto duríssimo com a Alemanha de Nowitzki (placar de 78 a 77). Na fase de grupos, chegou a derrotar a Sérvia. 

Olho neles, em São Carlos, então.

domingo, 24 de junho de 2012

O recuo de Wade


Wade dessa vez seguiu LeBron. Vão continuar assim?

O Sports Guy, alterego do jornalista Bill Simmons, é leitura obrigatória quando o assunto é NBA. Seu livro, "The Book of The Basketball", se trata da obra que mais se aproxima de uma bíblia da liga norte-americana – para quem não leu, vale o esforço de pedir lá fora, mesmo com o dólar em alta. São mais de 700 páginas de diversão e informações garantidas. 

Posto isso, em sua coluna para avaliar a conquista do Miami Heat, histórica por ser a primeira de LeBron James, o autor coloca um ponto interessante: teria a lesão/problema físico de Dwyane Wade sido uma das chaves para o título?

Muito dos problemas que o time e Spoelstra enfrentaram nos últimos dois anos estavam relacionados a sua química em quadra, especialmente no ataque. 

LeBron James e Dwyane Wade bateram cabeça em muitos jogos, embora sejam muito amigos há um tempão. Quando a equipe não conseguia encaixar seu contra-ataque, sendo limitado o ataque cinco contra cinco, nem mesmo as maiores dimensões das quadras da NBA pareciam contribuir para a interação da dupla. Um aparecia na frente do outro. 

Com o joelho avariado, Wade teria se visto obrigado a conceder a liderança do time a James. O ala, dessa vez, estava preparado para corresponder. 

"O Heat tentou contrariar seis décadas de história da NBA ao escalar dois alpha dogs em conjunto, tornando-os iguais e assumindo que seu talento esmagador superaria qualquer encontrão resultante. Eles estavam errados. Basquete não  funciona assim, pelo mesmo motivo que você não precisa de dois guitarristas transcendentais em uma banda de rock. Alguém tinha de aprender a tocar o baixo. Acabou sendo Wade, e só porque o destino interveio", escreveu.

De fato, no desfecho da final do Leste contra o Celtics e durante toda a grande decisão contra o Thunder, foi LeBron quem deu as cartas por Miami. A bola ficou mais em suas mãos, para ele atormentar a defesa de OKC. A marcação individual de Sefolosha só funcionou bem no Jogo 1. A partir dali, o suíço, Durant e James Harden tiveram muita dificuldade para controlar o superastro. De frente para a cesta, ele partia para suas bandejas sem titubear. De costa para as cestas, forçava a defesa a se fechar, abrindo a quadra para os chutes de três de seus companheiros. Virou um cobertor curto, que Scott Brooks não conseguiu resolver, perdendo quatro partidas consecutivas. Por que ele nunca recorreu a uma defesa por zona é um mistério. 

Por falar em defesa, ao se ver poupado no ataque, Wade teve mais fôlego para se dedicar do outro lado e ajudou Chris Bosh a proteger o aro. O ala deve ser o jogador abaixo dos 2,00 m de altura que melhor cumpre essa missão. É algo incrível. 

Nas declarações pós-título, Simmons nota: Wade fala que foi "difícil" se ajustar a essa nova realidade. Dadas as suas condições e a dominância de LeBron, não tinha muito o que fazer.
Para as próximas semanas, o bicampeão de Miami vai decidir o que fazer com seu joelho – até hoje, não há uma informação oficial a respeito, sobre a exata natureza de seus problemas. Dificilmente vai jogar em Londres 2012 – e, se há uma país que pode se dar ao luxo de abrir mão de um atleta desse calibre, esses seriam os EUA, mesmo. 
Aos 31 anos, Wade ainda pode contribuir muito e espera chegar inteiro ao próximo campeonato. Supondo que ele se desvencilhe das questões físicas, será que vai estar preparado a ser o assistente do LeBron e, não, seu igual? Fica registrada a pergunta, que só poderá ser respondida daqui há a alguns bons meses. 

sábado, 23 de junho de 2012

A reviravolta de Faverani

Faverani sobe para a cravada
Segundo a imprensa espanhola, o pivô Vitor Faverani acaba de dizer não ao Barcelona. Moral, hein?

O site TUBASKET noticia que o brasileiro estava na mira do clube catalão para a próxima temporada, mas optou por dar sequência a sua carreira com o técnico Velimir Perasovic, tendo a condição de titular da equipe assegurada. O pivô tinha contrato até o final de 2013, mas o vínculo agora deve ser estendido. 

Uma reviravolta, e tanto, na carreira desse enigmático jogador, que já foi considerado, em muitas ocasiões, um caso perdido. 

Quando o Unicaja Málaga contratou aquele jovem, alto e talentoso pivô, apostava alto. Brilhavam os olhos técnicos de base no Brasil ao falar do garoto. Ele ainda era conhecido como Tatsch. 

Mas havia um problema: na hora de falar sobre o potencial em quadra, eram só maravilhas. O resto do pacote, no entanto, levantava algumas dúvidas. Desde muito jovem Vitor encarou alguns questionamentos quanto a seu comportamento fora de quadra. 

Na Espanha, o Unicaja tinha paciência. De 2005 a 2009, foi aproveitado esporadicamente em seu elenco principal. Rodou pelas divisões menores do país em busca de cancha. No entanto, o progresso era limitado. O brasileiro engatava algumas partidas em que seu físico e jogo exuberavam. Por outro lado, ainda batia cabeça com técnicos e dirigentes, cometia erros infantis em quadra e deixava sua avaliação bem complexa. Em 2009, clube e jogador decidiram seguir caminhos opostos. 

Desde o surgimento de gente como Dirk Nowitzki, criou-se uma tara na Europa e NBA por pivôs grandalhões chutando de três pontos, sem levar em conta que talvez o alemão e alguns outros prodígios fossem, talvez, exceções. Por muito tempo isso se passou com o pivô nascido em Paulínia, São Paulo. 

Companheiro de Paulão Prestes – outro projeto de que o Málaga abriu mão, no fim, sobrando lá só Augusto Lima – no Murcia, Faverani (agora, sim) começava a responder mais em quadra, jogando mais próximo da tabela.

No ano passado, outro clube de ponta da Espanha, o Valencia, decidiu investir no seu talento. Da segunda metade da temporada da Liga ACB em diante, ele explodiu pelo time que teve Tiago Splitter por algumas breves semanas antes do fim do locaute da NBA. Ele se encontrou, conquistou os torcedores fanáticos,  diretores e, principalmente, o duro-na-queda Perasovic. 

Veja aqui o pivô falando a respeito de sua temporada em espanhol perfeito:


No período em Murcia, Faverani apronto com Magnano, deixando o técnico esperando, esperando e esperando em um hotel para um bate-papo sobre suas perspectivas em relação a jogar pela Seleção – atividade ainda mais rara até do que a de Nenê, mesmo nas divisões de base. 

O técnico argentino ficou pê da vida, com razão. E, agora que ele tem contrato até 2016, me parece que um dos lados precisará ceder se quisermos ter Faverani de verde e amarelo. 

Mais três nomes: tentando decifrar Magnano

Para onde estaria olhando o nosso treinador?

Bom, havíamos chutado certo aqui, ontem, as convocações de Benite e Augusto – e, acham, não era tão difícil assim Pela idade da dupla, pelo fato de terem disputado a Copa América em Mar del Plata e por jogarem relativamente bem no Sul-Americano. Explicando o relativamente: o nível da competição era baixo, e não é que eles tenham arrebentado.

Agora, não contava com a inclusão de Nezinho. Há diversas explicações para isso. Aqui estão cenários cogitados (mera especulação mesmo) e notas que circulam no QG 21:

- Ao chamar o armador de Brasília, outro remanescente de Mar del Plata, o argentino praticamente reúne em São Paulo todos os atletas responsáveis, ou não, pela conquista da vaga olímpica. Estão fora: Hettsheimeir, em recuperação de cirurgia no joelho, e Rafael Luz, que esteve no Sul-Americano, mas teve sua preparação para a competição totalmente atrapalhada por uma lesão no tornozelo sofrida durante os amistosos. 

- Com 15 jogadores, Magnano tem em mãos agora três times para rodar em seus treinos e coletivos, notoriamente exigentes e desgastantes.

- Promovendo três atletas do Sul-Americano, ele confirma sua promessa de "que nada estaria garantido" e blablabla.

- Ou, de repente, Magnano realmente gosta de Nezinho. Afinal, ele participou das campanhas do Mundial, do Pré-Olímpico e ainda foi para o México guiar a seleção pan-americana. 

- Teria o técnico, então, convocado o jogador para colocar pressão em Raulzinho e Larry? Talvez uma coisa não tenha necessariamente a ver com a outra: o técnico tanto pode estar mandando um recado velado a seus armadores (leia-se Raulzinho e Larry), supostamente insatisfeito com o que viu nos treinos até agora, como pode simplesmente estar apenas premiando Nezinho pelos serviços prestados. 

- As médias de Nezinho no Sul-Americano: 10,2 pontos, 4 assistências, 2,8 roubos de bola e 1,8 erro. São números medíocres e, no caso, conta ainda mais a desorganização do time em quadra do que a produção. Os adversários foram, em ordem crescente de força, Bolívia (não conta), Paraguai, Uruguai (duas vezes) e Venezuela. De qualquer forma, não podemos esquecer o fato de que Nezinho se integrou ao grupo de Gustavo de Conti em cima da hora, devido a sua participação no NBB.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Há vagas?


Tem espaço aí para mais gente?
“Se puder ter a equipe definida antes de ir para Foz, será melhor, mas ainda estou avaliando algumas situações de jogadores que estão no Sul-Americano. Os jogadores que já estão aqui não estão garantidos em Londres. Isso ficou claro no primeiro dia. A seleção que está no Sul-Americano sob comando do Gustavo De Conti treinou comigo durante quase um mês. E alguns que estão lá já trabalharam muitas vezes com os que estão aqui. Então se precisar, dará certo”, afirmou Rubén Magnano.

Os 12 jogadores olímpicos, então, devem ser definidos nos amistosos disputados em Foz do Iguaçu, nos dias 10 e 11 de julho.

Agora... Da turma do Sul-Americano, se Magnano realmente decidir chamar alguém para se juntar ao seu grupo principal, chutaria que apenas dois têm chance: Vitor Benite e Augusto Lima. E olhe lá.

Não que não tenham talento. Há muito potencial a ser desenvolvido nos que estão em Resistencia. Levando em conta, porém, o que temos aqui em São Paulo e a própria separação de listas coordenada por Magnano, fica difícil imaginar alguma alteração nos planos do argentino. 

Particularmente, creio que valeria investir em Augusto, um jogador ainda muito cru no ataque, mas que traz muita energia e capacidade atlética para a quadra. Um pivô leve, vivo, rápido que deve combinar mais com o estilo de jogo dos principais candidatos ao pódio em Londres. 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Enfim, a coroa para LeBron

LeBron recebe troféu de MVP das finais das mãos de Bill Russell

Ele já se autoproclamava um rei aos 19 anos.

Rei do quê? Zombavam os críticos com certa razão.

Era o único jogador três vezes eleito o MVP do campeonato sem ter um anel. Teria fugido da pressão de Cleveland, em sua terra natal, Chicago e Nova York para se aliar a Wade, no clube de Wade, de modo cômodo, naquela que seria uma das decisões mais famigeradas nos bastidores do esporte. Havia prometido sete troféus em sua chegada ao Miami sem ter nem entrado em quadra com a nova equipe ainda, num discurso arrogante que não ajudou a reparar sua imagem pública. Foi vaiado de modo inclemente durante toda uma temporada em cada uma das 28 cidades que visitava. Omisso nos jogos decisivos. Era piada na rede.

Bem, esses fatos não serão apagados da história, mas inevitavelmente acabarão minimizados.

Em sua nona temporada, ele enfim ganha a coroa. Com um triple-double (26 pontos, 13 assistências e 11 rebotes), bem ao seu estilo, o ala comandou o Miami Heat na conquista do título da NBA 2011-2012 numa atuação marcante em todos os playoffs. 

Suas médias em 22 jogos dos mata-matas: 30,5 pontos, 9,7 rebotes, 5,3 assistências e 50,1% no aproveitamento dos arremessos de quadra. Mais do que estatísticas, todavia, o que conta é a substância no jogo do astro. Não há marketing que faça justiça ao seu talento. 

Talento que ficou bem claro nesses cinco jogos da final, em que o ala realizou aquilo que aqueles mesmos críticos pediam há tempos: que jogasse feito um trator, que buscasse a cesta de modo agressivo, que impusesse seu físico em quadra. 

Após o fiasco do ano passado, com uma derrota em casa para o Dallas, ele respondeu para valer. Fugiu da linha de três pontos na temporada regular – o arremesso de média e distância seria seu ponto fraco, embora não tão fraco assim e, nos playoffs, tornou seu jogo ainda mais agudo, operando em torno do garrafão. Não houve quem o parasse. 

E não quer dizer que era um show de um jogador só. A maior virtude do jogo de James está no fato de ele ser um dos melhores passadores do basquete – Mike Miller e Shane Battier que o digam.

Vamos além: estamos diante também de um dos melhores marcadores, alguém que enfrentou e derrubou neste ano Carmelo Anthony, Danny Granger, Paul Pierce e, por fim, Kevin Durant em sequência. 

Atacando, marcando e dominando, com uma combinação absurda: força, impulsão, velocidade, técnica e visão, tudo acima da média. Tudo reunido num só atleta.

Tinha tudo para ser o rei, mesmo.

Agora é. Legítimo.


Venezuela 86 x 70 Brasil

Vasquez comandou a vitória venezuelana com 16 pontos, 8 assistências e cinco rebotes

Sobre a derrota do Brasil para a Venezuela pelas semifinais do Sul-Americano nesta quinta? Acho que não precisa se estender muito:

- até a marca de 6min26s para o fim do terceiro quarto, a Seleção perdia por três pontos, 45 a 42. Cinco minutos depois, os venezuelanos já venciam por 60 a 46. O que aconteceu neste intervalo? Cinco posses de bola terminaram em tiros de três pontos errados e nenhum convertido. Dois de Nezinho, um de Benite, um de Dedé e outro de Mineiro. Clang, clang, clang, clang, clang e clang. Enquanto jogava de dois em dois pontos, atacando com seus velozes pivôs, buscando infiltrações partindo do perímetro, o time estava no jogo. 

- Alguns números: os vinolento cobraram 14 lances livres a mais; foram 25 pontos para os adversários no contra-ataque, contra apenas dois dos brasileiros; boa parte deles (15) vieram depois de erros da equipe de De Conti, que cometeu 14 contra seis.

- A Venezuela vai evoluindo consideravelmente sob o comando de Eric Musselman e uma troca de guarda saudável e promissora em seu elenco. Greivis Vasquez é o líder dessa geração que pode dar trabalho no Pré-Olímpico mundial em Caracas. 

Irmãos Leonard

Revelado pela universidade de Illinois, Meyers Leonard é um concorrente direto do brasileiro Fabrício Melo no Draft deste ano. Os dois, ao lado de Tyler Zelller, da UNC, são os únicos "sevem footers" (de 2,13 m de altura para cima) inscritos no recrutamento de novatos da NBA deste ano.

Só um gancho para publicar o vídeo abaixo, em que encontra seu irmão mais velho, Bailey, pela primeira vez desde que o rapaz se mandou para o Afeganistão com as tropas norte-americanas. O grandalhão estava treinando com os companheiros de time – todos estavam cientes da surpresa, pelo jeito – quando recebe a visita inesperada:

Finais da NBA: Bosh sem Baby

"Em alguma coisa eu tenho de ser o primeiro."

Foi a resposta de Chris Bosh ao comentar suas atuações energéticas nas finais contra o Thunder, uma grata surpresa para Pat Riley, imagino. Tendo LeBron James inspirado ao seu lado e um Dwyane Wade insistentemente competitivo, fica difícil ganhar destaque mesmo. 

A despeito de seu tamanho, Bosh nunca foi reconhecido na NBA como um jogador físico, daqueles dispostos ao serviço sujo. Pelo contrário: em Toronto, de tanto refinado que era seu ex-atleta o clube chegou a gastar uma oitava seleção de Draft no nosso Rafael "Baby" Araújo, um brutamontes no basquete universitário. Lembram?

Contra Perkins e Ibaka, porém, ele vem aguentando o tranco. Após ter perdido boa parte das séries contra Pacers e Celtics, o ala-pivô perdeu ritmo em seu arremesso. Está convertendo apenas 39,6% (contra 49,2% em sua carreira). Em vez de se esconder, porém, resolveu a ajudar sem a bola, se empenhando nos rebotes (10 por jogo, bem acima dos 7,9 da carreira) e na defesa. Se ele vem com média de apenas um bloqueio por partida, o que as estatísticas não contam é a quantidade de arremessos que ele alterou, desviou, próximo do aro, fazendo uma boa cobertura.

Melhor ainda para Erik Spoelstra é o seguinte: quando mais ativo Bosh for na defesa, menos ele precisa contar com pivôs como Joel Anthony, Ronny Turiaf ou Dexter Pittmann. Funciona, então, também como adição por subtração.

Baby chegou a ser draftado pelo Raptors para ser o guarda-costas de Bosh

Finais da NBA: Vamos, Harden?

25%
Esse é o aproveitamento de quadra de James Harden nos dois jogos das finais da NBA disputados em Miami. O barbudo ala do Thunder acertou apenas quatro de seus 20 arremessos na Flórida. Um desastre, inesperado, que coloca muita pressão em cima de Russell Westbrook e Kevin Durant no ataque. Pois fazer cesta não é o forte de Ibaka, Sefolosha, Perkins  e Collison, e Derek Fisher também só vai pontuar em um ou outro lance. 

No último jogo, terça-feira, até bandeja em contra-ataque Harden errou. E, depois de ver tanto a bola rolar no aro e sair lentamente em alguns arremessos, o jogador passou a atuar de modo hesitante, abrindo mão de chutes livirinhos e bem posicionados. As dificuldades no ataque se refletiram até mesmo em seu drible, se atrapalhando com a bola diversas vezes enquanto lê a defesa.  

Suas médias na final são de 10,8 pontos, 5 rebotes e três assistências, com 35,1% nos lances livres e 28,6% nos três pontos. Muito abaixo do que acumulou, por exemplo, no confronto com o San Antonio Spurs na decisão do Oeste: 18,5 pontos, 5,5 rebotes, 3,7 assistências e pontaria de 49,3% e absurdo 60,9%, respectivamente. 

Para a equipe de Oklahoma sonhar em virar de forma milagrosa o confronto, tentando ser a primeira na história a virar um placar de 3 a 1, ele vai precisar encontrar algum jeito de recuperar sua confiança. 

Até bandeja ficou difícil para Harden

quarta-feira, 20 de junho de 2012

O conto do armador

Você pode escolher entre dois dados.

O armador Dery Ramos fez os últimos quatro ou cinco pontos do Brasil sub-18 na vitória sobre o Canadá, pela semifinal da Copa América, nesta terça-feira. O placar foi de 66 a 62. Quatro pontos, uma bola de longe matadora. Herói!

Mas aí voce se lembra que o jogo tem 40 minutos. O ponto que caiu no primeiro quarto é o mesmo do terceiro período. Não existe bônus. Em 36 minutos em quadra, o jogador do Limeira acertou apenas 5 de 16 arremessos de quadra, incluindo um familiar 3/10 nos chutes de três. Vilão?

Na verdade, você não é obrigado, não precisa escolher nada.

Ainda mais se estamos diante de um garoto de 17 anos. Com essa idade, não se pode encarar nada como algo definitivo.  O que dá para fazer: constatar tendências e refletir sobre elas. 

Adiante, então.

Deryk encara marcação do badalado Andrew Wiggins
Em quatro jogos da Seleçãozinha na Copa América, há um claro divisor nos números do armador. Contra México e Ilhas Virgens, ele acertou 11 de 24 arremessos no geral (45,8%), oito de 15 na linha de três (53,3%). Contra EUA e Canadá, aproveitamento despencou para 7 de 27 (25,9%) e 4 de 16 (25%), respectivamente. 

Em média, Deryk arremessa 12,5 vezes por partida para um total de 15,0 pontos e 3,25 assistências. Nesses dois pares de jogo, uma coisa fica bem clara: sua abordagem agressiva no ataque é a mesma, não importando a ocasião. O que muda, porém, é a qualidade dos oponentes. Os dois primeiros compunham meramente a chave. Os dois últimos chegaram para brigar pelo título. 

Já se ouve há séculos as críticas sobre a formação de armadores no país. Acabamos de contratar naturalizar um norte-americano para ajudar na função, inclusive. Temos diversos "reizinhos" que fizeram história no Campeonato Paulista, no Nacional e agora fazem no NBB com sua volúpia ofensiva. Cultivados assim, desde a base, a serem matadores, a ganharem jogos e campeonatos. Em casa. Quando confrontados com outras opções, são depostos.

Qual foi a última vez que esse tipo de comportamento de um armador brasileiro se traduziu internacionalmente? 

* * *

Nezinho em açãono Sul-Americano
Um pouco mais cedo, entre os marmanjos, o Brasil se reabilitaria no Sul-Americano com uma vitória sobre o Uruguai, time bem mais forte que o rival da sofrida estréia, o Paraguai. (Exibição defensiva muito melhor, por sinal, nos três primeiros quartos).

O destaque do jogo foi um dos nossos reizinhos, Nezinho, com 23 pontos e duas assistências. Então o timing desse artigo aqui talvez não fosse o melhor.

Nhé-nhé.

Quando falamos do armador do Brasília, não existem muitas efemeridades. Ele é o que é, e filosefemos assim, mesmo. Os punhos cerrados na altura do peito, o peito arqueado para a frente, o joelho ligeiramente dobrado, e a vibração na quadra. Estava mandando no jogo, calando a todos. 

Mas, não. Não era o suficiente para esquecer o que foi a partida contra o Paraguai, ou o ele fez no verão passado. Ou no retrasado. E o de 2009 também conta. Não adianta matar o jogo e não fazer os companheiros renderem.

É o mais do mesmo, e vocês sabem do que estamos falando. 

* * *

Ao menos pelo que se observa na Copa América Sub-18, vemos um garoto seguindo essa trilha.

Em tempo: não existe uma só maneira de se formar um armador. Nem todos são John Stockton. Cada equipe se ajusta ao seu modo, com o que tem. Vejam o Chicago Bulls de Derrick Rose. Lá, o elenco foi moldado com guerreiros como Deng, Noah, Asik, Gibson, Brewer para segurar o tranco na defesa, enquanto Rose tem toda a liberdade do mundo para criar no ataque, seja por jogadas individuais suas ou para os companheiros.

Quando você se desenvolve como um arremessador travestido de armador, a linha tênue para seguir é muito fina, bem delicada. Precisa saber o que é uma brecha de defesa e o que é uma armadilha. Precisa distinguir entre  competitividade e suicídio.

Na Seleçãozinha, percebe-se que Deryk tem essa carta branca, ainda mais por ter Arthur Pecos e alas habilidosos ao seu redor que ajudam a levar a bola. De certo modo, se torna realmente muito tentador abrir a quadra para o atleta, que, em muitos momentos, lembra JJ Barea – o cabelo, a barba cheia, o bermudão longo e o meiam esticado também ajudam. Tem um pouco do porto-riquenho no modo de ler a defesa e partir para bote, progredir para a cesta. Se não é tão veloz, é maior e mais atlético. 

Visual e características parecidas com as de JJ Barea

Potencial ele tem. E, com 17 anos, Deryk tem muito o que evoluir e se desenvolver ainda –  seria o caminho natural. Seu basquete pode apontar para inúmeras direções, e ninguém pode prever no que isso vai dar.

Personalidade? Também não há dúvida que exista. Veja o que ele disse depois de encestar uma bola de três pontos que deu ligeira vantagem ao Brasil diante dos canadenses nos minutos finais: "Foi o momento no qual eu estava mais confiante dentro do jogo", contou ao Basketeria, vindo de uma série de dois acertos em nove tentativas de longe. "Todo mundo estava contando comigo, era a hora que eu mais precisava de confiança. Com certeza esta é a maior emoção da minha carreira."

Se confiou, tá bom. Agora, em termos de eficiência, o saldo do jovem brasileiro precisa de uma avaliação menos apaixonada e imediatista.

Primeiro: Deryk não vem produzindo muita coisa para os parceiros. Seria um plano de contingência (com o qual não concordaria, dada a qualidade que Lucas Dias, muito mais eficiente) e alguns de nossos pivôs mostraram para finalizar próximos do aro) ou estamos empurrando-o nessa direção? Já falaram que, em outras partidas, fora da Seleção, ele distribui muito mais o jogo.

Segundo: mesmo que esse seja o plano, ninguém pode realmente achar que um rendimento de 26% nos arremessos é saudável ou salutar. De novo estamos falando em como seu jogo pode ser traduzido para competições mais difíceis, em que vai enfrentar oponentes mais tarimbados e bem preparados. 

Os números e o basquete como um todo oferecidos pelo jogador contra EUA e Canadá requerem pausa. Não é uma única, embora importante vitória, que vai torná-los promissores – e vamos parar com essa coisa de "histórica", por favor: falava-se e fala-se do futuro dos canadenses, e, não, necessariamente dos monstros que eles já fossem ou são. 

Só não há vaga em Mundial ou título – o famigerado "resultado como prioridade" – que deva esconder, aplacar, omitir vícios de formação. E isso não tem nada a ver com heróis ou vilões.

Os coadjuvantes sub-18

Danilo, Fumacinha, Antonio e Sommer

Já usamos a mesma linha de defesa e argumentação um tempo atrás, ao avaliar a final do NBB, e vamos repeti-la aqui para não correr o risco de ser entendido só de um modo por aqueles que teimam em enxergar uma só coisa. Então comecemos com os aplausos:

Muito bacana que os meninos da Sub-18 estejam na final. Há jogadores bem promissores, interessantes no grupo, muito além do Lucas Dias Silva, que é o principal talento, sem dúvida. Não vou gastar muitas palavras sobre o caçulinha porque basta um simples google por aí para se informar mais a seu respeito. 

Melhor dedicar aqui algumas palavras ao restante da rotação, em especial os alas-armadores Lucas Fumacinha e Danilo Fuzaro, jogadores atléticos, inteligentes, com um perfil raríssimo no Brasil, ainda mais na base: decidados na defesa e facilitadores no ataque. Entendem o que devem e o que podem e fazer em quadra. 

Os pivôs que lutam debaixo da tabela ao lado do prodígio do Pinheiros: Leonardo, Matheus e Sommer também combinaram dedicação e cabeça para lidar com adversários mais atléticos e (muuuuito mais) fortes. Carregaram o piano ontem quando Dias estava no banco no início do quarto período. Um ganchinho, uma simples bola no quadradinho valem os mesmos dois pontos da cravada que sacode o aro, não esqueçam.

A defesa, coisa que Demétrius soube armar em seu título paulista em Limeira, também vai muito bem. O Brasil limitou o badalado Canadá a sua menore pontuação no torneio (62, sendo que teve média de 83,3 na primeira fase). O mesmo aconteceu contra os EUA, time que fez mais de 100 pontos em suas demais partidas e ficou em 83 contra nossos garotos. 

Mas nós precisamos falar sobre uma outra coisa séria, que diz respeito a nossa cultura recente. Precisamos falar sobre o armador Deryk. E voltamos em breve com isso. 

Kobe? Dirk? Gaste seu dinheiro com Sasha Pavlovic

Pavlovic certamente tem um salário mais justo que o de Kobe Bryant

Tem gente que pensa o basquete todo e só por números, e que um jogador poderia ser definido apenas por um cálculo matemático.  É o caso de David Berri, economista professor da  Universidade de Southern Utah. 

O estudioso desenvolveu uma fórmula que chama de "Vitórias Produzidas", o que calcularia, dão, o número de vitórias que um determinado atleta produziu durante toda uma temporada. Bizarro. 

Sinceramente, não vou perder meu tempo lendo isso aqui. É incrível que alguém realmente pense que somando lances livres, bolas de três, rebotes e espirros num jogo vá chegar a uma conclusão sensata sobre o quão importante Brian Scalabrine, Avery Bradley ou Manu Ginóbili podem ser para um time. 

Acontece que Berri foi fundo. E decidiu ainda fazer um cálculo básico: dividir o salário dos jogadores pelo número de "Vitórias Produzidas", para saber quanto custou cada uma dela em dólares. 

Eis que chegamos ao seguinte top 10 de jogadores overpaid – aqueles pagos em excesso, ou que simplesmente não justificariam seu salário em relação ao que produzem em quadra:

10. Tyrus Thomas, Charlotte Bobcats (overpaid por $12,459,225)  

9. Deron Williams, Brooklyn Nets (overpaid por $12,784,867)  

8. Dirk Nowitzki, Dallas Mavericks (overpaid por $12,851,295)  

7. Corey Maggette, Charlotte Bobcats (overpaid por $12,862,248)  

6. Mehmet Okur, Brooklyn Nets (overpaid por $12,988,657)  

5. Chris Kaman, New Orleans Hornets (overpaid por $14,613,480) 

4. Amar'e Stoudemire, New York Knicks (overpaid por $14,918,309 )  

3. Antawn Jamison, Cleveland Cavaliers (overpaid por $17,402,350) 

2. Kobe Bryant, Los Angeles Lakers (overpaid por $19,693,258)  

1. Rashard Lewis, Washington Wizards (overpaid por $21,167,231)

Basicamente, o que o ranking aqui nos diz é que Kobe Bryant ganhou US$ 19 milhões a mais do que devia (seu salário foi de US$ 25 milhões na última teporada). Para conferir a folha salarial das 30 franquias, tcha-ram.

O economista tenta explicar mais ou menos onde pretende chegar com seus  dados: "Vitórias em basquete são primariamente a habilidade de uma equipe de conseguir e manter a posse de bola e transformar essas posses em pontos", disse ao CNBC.com. "Sabendo o custo de cada vitória (US$ 1,946 mi) que cada equipe da liga teve, e sabendo  quantias vitórias cada jogador produziu e seu salário, isso nos permite ver quais jogadores ganharam mais do que produziram." 

Para os fãs do Lakers não acharem que se tratava de uma conspiração contra Kobe, Berri encontrou um meio de colocar Dirk Nowitzki e Deron Williams em seu top 10 também. Provavelmente nenhum clube da NBA gostaria de tê-los em seu plantel. 

Números são ótimos, ajudam a entender o jogo, mas não pode ser a finalidade em si. Ou você preferiria investir seu dinheiro no Sasha Pavlovic? Quem sabe no Scalabrine, mesmo?

Fabrício Melo admite problemas com notas


Fabrício treina e é entrevistado em Indiana: faltam oito dias para o Draft

Depois de mais um treino particular rumo ao Draft, agora em Indiana, o pivô Fabrício Melo admitiu aos jornalistas locais que foi suspenso durante a temporada universitária por "problemas acadêmicos".

Em suma: não conseguiu as notas necessárias para se manter como atleta de Syracuse, tendo sido afastado dos mata-matas nacionais, a hora em que poderia ter brilhado mais com suas habilidades defensivas.  Para o Pacers – e, depois, aos repórteres –, ele enfim abordou o assunto, coisa que não poderia fazer enquanto tinha vínculos com a instituição, seguindo normas da NCAA. 

"Foi acadêmico", afirmou. "Eles me perguntaram, e eu expliquei o que aconteceu: que eu vim de outro país e, até quatros atrás, nem falava inglês", completou o mineiro de Juiz de Fora. Foi muito difícil não poder jogar, mas era algo contra o qual não poderia fazer nada."

É um assunto delicado, não sabemos exatamente as dificuldades que Fabrício encontrou em Syracuse e em sua educação nos EUA, mas não deixa de ser uma pena que ele não tenha conseguido aproveitar uma grande oportunidade. O pivô estava matriculado no curso de Artes e Ciências.

Clique aqui para ver a entrevista de Fabrício em Indiana. 

terça-feira, 19 de junho de 2012

Finais da NBA: O jogo (e a pane) da vida de Westbrook

Westbrook deixa a sua marca, de todos os modos, nas finais da NBA
Russell Westbrook foi apenas o sexto jogador na história da NBA a acumular 43 pontos, sete rebotes e cinco assistências em uma partida das finais da liga. Os últimos a fazerem algo assim? Michael Jordan e Shaquille O'Neal. Quem mais? Jerry West. Lendária companhia.

Mas seu desempenho no Jogo 4 das finais vai ser lembrado para sempre como o "da falta besta que Westbrook cometeu nos segundos finais".

Udonis Haslem havia ganhado a disputa de bola presa de Harden na cabeça do garrafão. Shane Battier foi um gatuno e chegou antes na sobra. Processou tudo muito rápido, para variar, e deu o tapinha para Mario Chalmers na zona morta. O jogador estava com uma batata quente nas mãos, precisando criar algo com apenas 4s2  de posse no cronômetro. 

Numa pane mental, o astro do Thunder fez falta, mandando o rival para a linha de lances livres. Restavam 13s8 no relógio, e o Heat voltaria a abrir cinco pontos  para garantir seu terceiro triunfo.

Westbrook,  ele próprio, mal pôde acreditar na besteira que fez. Olhou para o tempo restante acima da tabela e fez cara de quem não estava entendendo nada. Não estava, mesmo.

É um problema para esse tipo de atleta, que joga muito por instinto, mas um instinto que não está totalmente envolvido com o que se passa ao seu redor. O pseudo-armador do Thunder pode ser um demônio com a bola, quando sente que está em seu dia. A defesa de Miami sabe muito bem disso – foram 20 cestas de quadra em 32 tentativas e apenas três desperdícios de bola. 

Não houve como parar Westbrook. O problema, para o clube de Oklahoma, é que muitas vezes nem seus técnicos ou companheiros conseguem contê-lo.Veja o lance:


PS: o repórter Ric Bucher, da ESPN, sentado na beira da quadra, garante que o técnico Scott Brooks alertou seus jogadores quanto ao cronômetro reduzido. Ele também lembrou um detalhe: a bola só ficou presa porque James Harden dividiu um rebote com Haslem. Se o ala, em uma noite sofrível, tivesse se omitido, o cronômetro ofensivo do Heat teria estourado: faltavam 0s8 quando aconteceu o lance! No fim, a besteira de Westbrook livrou a cara do barbudo, que vai ter pesadelos por semanas e semanas por seu desempenho decepcionante.

PS2: crucificar Westbrook não faz muito sentido no fim. 1) ele carregou o time nas costas a partida toda; nenhum forasteiro atleta apareceu para o jogo fora ele e Durant; 2) não dá para garantir que OKC obteria três pontos dali para a frente; 3) por alguns minutos, OKC enfrentou 4,5 jogadores do Miami, considerando um LeBron praticamente imóvel. 4) Thabo Sefolosha permitu que James anotasse um chute de três pontos manco; 5) OKC perdeu uma vantagem de 17 pontos em menos de quatro minutos entre o final e o início do segundo quarto. Incrível, mas os meninos sentiram a pressão e o baque das finais, coisa que abalou o Heat no ano passado.
PS3: Haslem, quietinho na série, fez duas jogadas de campeão ao apanhar o rebote ofensivo e ganhar o bola ao alto. Battier, como se não se contentasse apenas com suas bombas de três pontos, complementou a jogada perfeita dos operários de Pat Riley ao dar o tapinha providencial para Chalmers.