quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Com o Dusko não?

Tiago Splitter está de volta à Espanha. Assim que o sindicato dos jogadores anunciou que ia levar a disputa com a NBA para o pau, o catarinense não perdeu tempo e, menos de dois dias depois, acertou com o Valencia, onde vai fazer companhia ao ala-pivô Vitor Faverani, talentoso ala-pivô que poderia aprender uma coisa ou outra com o compatriota em termos de profissionalismo enquanto se recupera de uma fratura no pé esquerdo.

A grande surpresa da notícia aqui diz respeito a dois fatores:

1) Tiago realmente ignorou o Saski Baskonia, de Vitoria (ou "Caja Laboral");
2) Mas não foi com o Unicaja Málaga com quem fechou;

Tiago Splitter escapa de Ivanovic e vai tentar elevar o basquete do Valencia
Os rumores eram fortes de que o pivô acertaria com o time de Málaga – era nisso, inclusive, que apostava Rubén Magnano na sexta-feira passada e boa parte da mídia espanhola nos últimos dias. No fim, o clube anunciou que a pedida salarial foi um pouco além do que estavam dispostos a pagar. Desta forma, Splitter está fora da Euroliga deste ano e vai competir apenas na Liga ACB, que é fortíssima, de qualquer jeito.

Ver seu filho pródigo assinar com o Valencia também deve doer ainda mais para os diretores do clube basco, com o qual o brasileiro teve vínculo por quase dez anos. Foi em Vitoria que ele chegou aos 15 anos de idade, vindo de Blumenal. Foi lá que se formou como jogador e ganhou a maturidade que lhe diferencia entre os selecionáveis.

Segundo o noticiário espanhol, Splitter, no entanto, nem quis abrir negociações com sua velha casa. O motivo seria a aversão aos métodos empregados pelo técnico Dusko Ivanovic, com quem trabalhou no início e no fim de sua passagem pelo ex-TAU Cerámica.

Em 2010, foi sob o comando do montenegrino que o brasileiro viveu o grande momento de sua carreira, segndo campeão espanhol e eleito o MVP da temporada regular e dos playoffs. Então por que a rejeição? Bem, nunca estive presente a uma sessão dessas, mas a lenda conta que Ivanovic é um dos técnicos mais linha-dura do mundo e que seus treinos são massacrantes.

Para Magnano, depois de ver Splitter com preparo físico limitado em Mar del Plata, talvez não houvesse melhor comandante para deixá-lo prontinho para as Olimpíadas. Por outro lado, não podemos nos esquecer do excesso de lesões que o catarinense encarou nas últimas temporadas.

Em Valencia, ele vai trabalhar com Paco Olmos, espanhol de 42 de idades que começou sua carreira de treinador nas divisões menores do clube e comandou seu time principal à sua primeira participação em uma final da Liga ACB em 2004 (derrotado pelo Barcelona). Ele voltou à cidade neste ano e tem em mãos um elenco que era candidato aos playoffs, mas não ao título.

Seus principais atletas são o armador sérvio Stefan Markovic, o ala-armador francês Nando De Colo, o escolta espanhol Rafa Martínez, o ala espanhol Victor Claver e o ala norte-americano Nick Caner-Medley. O ucraniano Serhly Lishchuk deve perder sua vaga no quinteto titular.

Certamente o clube espera que, com Splitter em seu elenco, possa ganhar posições na tabela e deixar a sétima colocação, com quatro vitórias e três derrotas. Os oito primeiros disputa a Copa do Rei no meio da temporada e se classificam para os mata-matas no ano que vem.

Para Magnano, quanto mais longe o pivô e o time forem, melhor.

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