sexta-feira, 29 de junho de 2012

De mudança

Amigos valentes que aguentam este blogueiro, fica esse post aqui para informar que o blog acaba de mudar para uma nova casa. Você, herói, que atura está convidadíssimo para visitar a gente por lá. Segue a mesma linha atrevida e desinformada de sempre.

Anotem aí:

http://vinteum.blogosfera.uol.com.br/

Até!

terça-feira, 26 de junho de 2012

Você tem sede de quê?

 Mais pessoas podiam ter visto a estreia de Larry pelo Brasil

Agora fora de quadra?

Vamos repetir: não custava cuidar um pouco melhor de seu produto mais nobre, custava? A seleção jogou com um novo-novo modelo de uniforme. Nesta temporada, já contei quatro: verde e amarelo, azul, branco e amarelo, branco, azul e amarelo e, por fim, esse amarelo e azul desta terça-feira. Tirando o branco e azul, achei todos muito bonitos. Mas não paramos aqui para falar de estética, não importa. 

O lance é: por que diabos não há uma sessão de fotos com esses uniformes? Nem que fosse restrita aos atletas da seleção patrocinados da Nike. O que há de tão difícil nisso? O Magnano não deixa?

De resto, o ginásio de São Carlos tem um porte interessante, mas parece que o público fica muito distante da quadra. Também não encheu como se podia torcer. Que departamento de marketing pode se gabar disso?

Seguem apostando na mesma fórmula de sempre: algumas migalhas no Globo Esporte, o jogo ao vivo no SporTV2, e segue o barco – por falar em SporTv, sem ironia nenhuma, foi ótimo o repórter deles na transmissão dupla de hoje, com intervenções sempre pertinentes e, principalmente, sagazes. 

Está longe de ser comovente o esforço  da confederação para faturar e alastrar o basquete a partir do topo. Imagine, então, no fluxo contrário… Triste. 

Os dois lados


De Nenê para Varejão: no ataque, pivô já deixa clara a sua influência positiva

Vamos falar de quadra:  das quatro seleções que jogaram na abertura do torneio amistoso em São Carlos hoje, a brasileira foi a melhor e a neozelandesa, a pior. Coincidência?

Rodando de modo alucinado seus quintetos em quadra, a cada dois ou três minutos pondo fulano, tirando marmanjo, sem deixar o banco esquentar, Magnano aplicou um ritmo muito forte ao time. Pressionaram a bola após erros e cestas no ataque, causaram desperdícios de posse, roubos e cestas fáceis. 

Em 25 minutos, a equipe da Oceania havia feito apenas 18 pontos. Terminou com outros 15 nos últimos 12, mas aí foi quando a perna cansou um pouco e não havia mais por que forçar tanto também. 

De qualquer forma, a mesma ressalva que valeria para a crítica, conta para o elogio também: foi só o primeiro jogo, né?

Com as segunda e terceira rodadas jogadas, podendo comparar os resultados e desempenhos de nigerianos e gregos também,  aí teremos um caldeirão todo de contexto para responder mais precisamente se é o time brasileiro que começou voando, ou se é a Nova Zelândia que estará gastando sua milhagens na viagem para Caracas.

* * *
Nenê teve um ótimo e tranquilo retorno. Motrou um pouco de seus talentos, com passes precisos e incomuns vindos de um pivô, ajudando a mexer a bola, sem se preocupar em "chamar" o seu chute, ou as suas investidas. Issfo Além disso, a malandragem aqui e ali de um neozelandês ajudam a quebrar o gelo em relação a qualquer diferença que exista entre o mundo Fiba e aquele estelar da NBA. 

Varejão é quem mais tem do que se beneficiar nesses amistosos, para tirar o ferrugem e dobrar bem a munheca que ficou muito tempo imobilizada. 

E o Leandrinho??? Bem, o Leandrinho... Essa coisa de se enrolar para pagar o seguro do ala-armador que estava anunciado como agente livre desde... Nem sei mais quando. Ou melhor: sabemos, todo mundo sabe. Há cinco anos. O contrato tinha prazo de validade, e tudo fica para a última hora, mesmo. Sem treino, sem jogo, com riscos e falta de clareza na administração.

* * *

Mesmo sem Ben Uzoh e Solomon Alabi, duas peças importantes, a Nigéria confirmou mais cedo o bom pressentimento do VinteUm quanto ao atual time. No sentido de que vem com um elenco bem competitivo, que vai pedir o máximo de seus rivais. Não tem essa de saco de pancada, não, nesta temporada. Um elenco extremamente atlético, mas bem atlético mesmo, com jogadores versáteis e compridos toda a vida. Ainda falta um senso de organização ofensivo e defensivo masi refinado – os gregos se esbaldaram com tiros livres de três pontos –, mas, ainda assim, de bandeja em bandeja, contestada ou não, a equipe africana ficou no jogo por três quartos e meio contra um dos favoritos do Pré-Olímpico Mundial. 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Olho na Nigéria


Aminu (e) reforça a seleção nigeriana com sua linhagem real e de NBA

Nesta semana, a Seleção de Magnano vai para a quadra em São Carlo, terra de Nenê, para realizar seus primeiros três amistosos rumo a Londres-2012. Os rivais são Grécia, Nova Zelândia e Nigéria.  Dado o histórico recente das equipes, o normal seria apontar a equipe africana como a mais fraca, a barbada da vez. Calma, que não sei se vai ser o caso, não. 

Primeiro, que eles já estão jogando. Na sexta-feira passada, bateram a Grã-Bretanha (nossa adversária, mas desfalcada de Luol Deng e Pops Mensah-Bonsu, primo do Kojo Mensah) por 86 a 80, na prorrogação. 

O mais interessante, contudo, é saber da montagem atual de seu elenco. Com tantos jogadores revelados pelo país e descendentes diretos espalhados por Estados Unidos e Europas, potencial atlético e físico não falta ao time nigeriano. Basta só organizar as coisas. No basquete universitário norte-americano, por exemplo, havia 25 nigerianos inscritos na temporada passada.

Emeka Okafor e Andre Iguodala são casos de jogadores que poderiam ter sido aproveitados pelo país. Mas esse trem já passou. De todo modo, em sua atual formação, a seleção vem com nomes interessantes, a começar pelo pivô Ike Diogu, ex-NBA que deu uma canseira danada na Liga das Américas deste ano, atuando por equipe porto-riquenha. Ele é um terror próximo da tabela, com muitos movimentos, instinto e força. 

Da liga norte-americana vêm o ala Al-Farouq Aminu (New Orleans Hornets) e o armador Ben Uzo e o pivô Solomon Alabi (ambos do Toronto Raptors). São todos jogadores de razoáveis para bons, em especial Aminu, de potencial vasto. Antes de tudo, são atletas de primeiro time: longos, rápidos e já experientes em competições de primeiro nível – embora não no mundo das seleções FIBA. O veterano Ime Udoka, ex-Spurs e um dos líderes da equipe nas últimas décadas, está fora.

Uma nota sobre Aminu? Segundo o comitê olímpico nigeriano, o jovem ala tem ascendência que remete a uma famila real do país. Seu nome significa algo como "o chefe já chegou". Ô, loco. 

Arrumando a casa, a Nigéria pode ser uma força emergente a incomodar muita gente do alto escalão. A última vez que fizeram isso, não deu outra: no Mundial de 2006, no Japão, caíram nas oitavas de final em confronto duríssimo com a Alemanha de Nowitzki (placar de 78 a 77). Na fase de grupos, chegou a derrotar a Sérvia. 

Olho neles, em São Carlos, então.

domingo, 24 de junho de 2012

O recuo de Wade


Wade dessa vez seguiu LeBron. Vão continuar assim?

O Sports Guy, alterego do jornalista Bill Simmons, é leitura obrigatória quando o assunto é NBA. Seu livro, "The Book of The Basketball", se trata da obra que mais se aproxima de uma bíblia da liga norte-americana – para quem não leu, vale o esforço de pedir lá fora, mesmo com o dólar em alta. São mais de 700 páginas de diversão e informações garantidas. 

Posto isso, em sua coluna para avaliar a conquista do Miami Heat, histórica por ser a primeira de LeBron James, o autor coloca um ponto interessante: teria a lesão/problema físico de Dwyane Wade sido uma das chaves para o título?

Muito dos problemas que o time e Spoelstra enfrentaram nos últimos dois anos estavam relacionados a sua química em quadra, especialmente no ataque. 

LeBron James e Dwyane Wade bateram cabeça em muitos jogos, embora sejam muito amigos há um tempão. Quando a equipe não conseguia encaixar seu contra-ataque, sendo limitado o ataque cinco contra cinco, nem mesmo as maiores dimensões das quadras da NBA pareciam contribuir para a interação da dupla. Um aparecia na frente do outro. 

Com o joelho avariado, Wade teria se visto obrigado a conceder a liderança do time a James. O ala, dessa vez, estava preparado para corresponder. 

"O Heat tentou contrariar seis décadas de história da NBA ao escalar dois alpha dogs em conjunto, tornando-os iguais e assumindo que seu talento esmagador superaria qualquer encontrão resultante. Eles estavam errados. Basquete não  funciona assim, pelo mesmo motivo que você não precisa de dois guitarristas transcendentais em uma banda de rock. Alguém tinha de aprender a tocar o baixo. Acabou sendo Wade, e só porque o destino interveio", escreveu.

De fato, no desfecho da final do Leste contra o Celtics e durante toda a grande decisão contra o Thunder, foi LeBron quem deu as cartas por Miami. A bola ficou mais em suas mãos, para ele atormentar a defesa de OKC. A marcação individual de Sefolosha só funcionou bem no Jogo 1. A partir dali, o suíço, Durant e James Harden tiveram muita dificuldade para controlar o superastro. De frente para a cesta, ele partia para suas bandejas sem titubear. De costa para as cestas, forçava a defesa a se fechar, abrindo a quadra para os chutes de três de seus companheiros. Virou um cobertor curto, que Scott Brooks não conseguiu resolver, perdendo quatro partidas consecutivas. Por que ele nunca recorreu a uma defesa por zona é um mistério. 

Por falar em defesa, ao se ver poupado no ataque, Wade teve mais fôlego para se dedicar do outro lado e ajudou Chris Bosh a proteger o aro. O ala deve ser o jogador abaixo dos 2,00 m de altura que melhor cumpre essa missão. É algo incrível. 

Nas declarações pós-título, Simmons nota: Wade fala que foi "difícil" se ajustar a essa nova realidade. Dadas as suas condições e a dominância de LeBron, não tinha muito o que fazer.
Para as próximas semanas, o bicampeão de Miami vai decidir o que fazer com seu joelho – até hoje, não há uma informação oficial a respeito, sobre a exata natureza de seus problemas. Dificilmente vai jogar em Londres 2012 – e, se há uma país que pode se dar ao luxo de abrir mão de um atleta desse calibre, esses seriam os EUA, mesmo. 
Aos 31 anos, Wade ainda pode contribuir muito e espera chegar inteiro ao próximo campeonato. Supondo que ele se desvencilhe das questões físicas, será que vai estar preparado a ser o assistente do LeBron e, não, seu igual? Fica registrada a pergunta, que só poderá ser respondida daqui há a alguns bons meses. 

sábado, 23 de junho de 2012

A reviravolta de Faverani

Faverani sobe para a cravada
Segundo a imprensa espanhola, o pivô Vitor Faverani acaba de dizer não ao Barcelona. Moral, hein?

O site TUBASKET noticia que o brasileiro estava na mira do clube catalão para a próxima temporada, mas optou por dar sequência a sua carreira com o técnico Velimir Perasovic, tendo a condição de titular da equipe assegurada. O pivô tinha contrato até o final de 2013, mas o vínculo agora deve ser estendido. 

Uma reviravolta, e tanto, na carreira desse enigmático jogador, que já foi considerado, em muitas ocasiões, um caso perdido. 

Quando o Unicaja Málaga contratou aquele jovem, alto e talentoso pivô, apostava alto. Brilhavam os olhos técnicos de base no Brasil ao falar do garoto. Ele ainda era conhecido como Tatsch. 

Mas havia um problema: na hora de falar sobre o potencial em quadra, eram só maravilhas. O resto do pacote, no entanto, levantava algumas dúvidas. Desde muito jovem Vitor encarou alguns questionamentos quanto a seu comportamento fora de quadra. 

Na Espanha, o Unicaja tinha paciência. De 2005 a 2009, foi aproveitado esporadicamente em seu elenco principal. Rodou pelas divisões menores do país em busca de cancha. No entanto, o progresso era limitado. O brasileiro engatava algumas partidas em que seu físico e jogo exuberavam. Por outro lado, ainda batia cabeça com técnicos e dirigentes, cometia erros infantis em quadra e deixava sua avaliação bem complexa. Em 2009, clube e jogador decidiram seguir caminhos opostos. 

Desde o surgimento de gente como Dirk Nowitzki, criou-se uma tara na Europa e NBA por pivôs grandalhões chutando de três pontos, sem levar em conta que talvez o alemão e alguns outros prodígios fossem, talvez, exceções. Por muito tempo isso se passou com o pivô nascido em Paulínia, São Paulo. 

Companheiro de Paulão Prestes – outro projeto de que o Málaga abriu mão, no fim, sobrando lá só Augusto Lima – no Murcia, Faverani (agora, sim) começava a responder mais em quadra, jogando mais próximo da tabela.

No ano passado, outro clube de ponta da Espanha, o Valencia, decidiu investir no seu talento. Da segunda metade da temporada da Liga ACB em diante, ele explodiu pelo time que teve Tiago Splitter por algumas breves semanas antes do fim do locaute da NBA. Ele se encontrou, conquistou os torcedores fanáticos,  diretores e, principalmente, o duro-na-queda Perasovic. 

Veja aqui o pivô falando a respeito de sua temporada em espanhol perfeito:


No período em Murcia, Faverani apronto com Magnano, deixando o técnico esperando, esperando e esperando em um hotel para um bate-papo sobre suas perspectivas em relação a jogar pela Seleção – atividade ainda mais rara até do que a de Nenê, mesmo nas divisões de base. 

O técnico argentino ficou pê da vida, com razão. E, agora que ele tem contrato até 2016, me parece que um dos lados precisará ceder se quisermos ter Faverani de verde e amarelo. 

Mais três nomes: tentando decifrar Magnano

Para onde estaria olhando o nosso treinador?

Bom, havíamos chutado certo aqui, ontem, as convocações de Benite e Augusto – e, acham, não era tão difícil assim Pela idade da dupla, pelo fato de terem disputado a Copa América em Mar del Plata e por jogarem relativamente bem no Sul-Americano. Explicando o relativamente: o nível da competição era baixo, e não é que eles tenham arrebentado.

Agora, não contava com a inclusão de Nezinho. Há diversas explicações para isso. Aqui estão cenários cogitados (mera especulação mesmo) e notas que circulam no QG 21:

- Ao chamar o armador de Brasília, outro remanescente de Mar del Plata, o argentino praticamente reúne em São Paulo todos os atletas responsáveis, ou não, pela conquista da vaga olímpica. Estão fora: Hettsheimeir, em recuperação de cirurgia no joelho, e Rafael Luz, que esteve no Sul-Americano, mas teve sua preparação para a competição totalmente atrapalhada por uma lesão no tornozelo sofrida durante os amistosos. 

- Com 15 jogadores, Magnano tem em mãos agora três times para rodar em seus treinos e coletivos, notoriamente exigentes e desgastantes.

- Promovendo três atletas do Sul-Americano, ele confirma sua promessa de "que nada estaria garantido" e blablabla.

- Ou, de repente, Magnano realmente gosta de Nezinho. Afinal, ele participou das campanhas do Mundial, do Pré-Olímpico e ainda foi para o México guiar a seleção pan-americana. 

- Teria o técnico, então, convocado o jogador para colocar pressão em Raulzinho e Larry? Talvez uma coisa não tenha necessariamente a ver com a outra: o técnico tanto pode estar mandando um recado velado a seus armadores (leia-se Raulzinho e Larry), supostamente insatisfeito com o que viu nos treinos até agora, como pode simplesmente estar apenas premiando Nezinho pelos serviços prestados. 

- As médias de Nezinho no Sul-Americano: 10,2 pontos, 4 assistências, 2,8 roubos de bola e 1,8 erro. São números medíocres e, no caso, conta ainda mais a desorganização do time em quadra do que a produção. Os adversários foram, em ordem crescente de força, Bolívia (não conta), Paraguai, Uruguai (duas vezes) e Venezuela. De qualquer forma, não podemos esquecer o fato de que Nezinho se integrou ao grupo de Gustavo de Conti em cima da hora, devido a sua participação no NBB.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Há vagas?


Tem espaço aí para mais gente?
“Se puder ter a equipe definida antes de ir para Foz, será melhor, mas ainda estou avaliando algumas situações de jogadores que estão no Sul-Americano. Os jogadores que já estão aqui não estão garantidos em Londres. Isso ficou claro no primeiro dia. A seleção que está no Sul-Americano sob comando do Gustavo De Conti treinou comigo durante quase um mês. E alguns que estão lá já trabalharam muitas vezes com os que estão aqui. Então se precisar, dará certo”, afirmou Rubén Magnano.

Os 12 jogadores olímpicos, então, devem ser definidos nos amistosos disputados em Foz do Iguaçu, nos dias 10 e 11 de julho.

Agora... Da turma do Sul-Americano, se Magnano realmente decidir chamar alguém para se juntar ao seu grupo principal, chutaria que apenas dois têm chance: Vitor Benite e Augusto Lima. E olhe lá.

Não que não tenham talento. Há muito potencial a ser desenvolvido nos que estão em Resistencia. Levando em conta, porém, o que temos aqui em São Paulo e a própria separação de listas coordenada por Magnano, fica difícil imaginar alguma alteração nos planos do argentino. 

Particularmente, creio que valeria investir em Augusto, um jogador ainda muito cru no ataque, mas que traz muita energia e capacidade atlética para a quadra. Um pivô leve, vivo, rápido que deve combinar mais com o estilo de jogo dos principais candidatos ao pódio em Londres.