quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Efeitos do Pan: A saideira de Nezinho

Nada como mais um fiasco do basquete brasileiro para retomar o blog. Porque não adianta apontar para a vaga olímpica, para um time misto, ou seja lá o que for. Foi um fiasco no Pan. As duas derrotas com viradas incríveis e impagáveis foram muito feias e serve para se tirar muitas conclusões, afinal, e vamos falando de tudo aos poucos:

- Essa foi a  última chance de Nezinho com Magnano?

Nezinho: quase sempre encurralado durante o Pan em Guadalajara
O armador do Brasília foi o reserva de Huertas no Mundial, com um desempenho bem abaixo do que a concorrência apresentava. No Pré-Olímpico deste ano, ficou enterrado no banco, atrás dos novatos Rafael Luz e Vitor Benite, entrando basicamente apenas com o jogo já decidido.  
Para Guadalajara, voltou a ser chamado, com a chave do carro nas mãos, e... Não dá para aliviar: bombou no teste.

Não é questão de avacalhar. Nezinho oferece algumas características interessantes. É muito veloz com e sem a bola. Também não se pode questionar que se trata de um jogador aguerrido.

Mas, a cada competição com a camisa da Seleção, mesmo que seja esse modelo branco ainda descaracterizado, fica evidente que há um peso enorme em seus ombros, uma insegurança alarmante. O armador simplesmente não consegue se sentir à vontade gerindo a equipe nacional, e essa indecisão acaba amplificando seus vícios.

Se dentro das fronteiras brasileiras suas falhas acabam sendo escondidas ou amortizadas pela concorrência parca, contra adversários estrangeiros minimamente organizados defensivamente e sem receio algum de suas credenciais, elas se tornam capitais: são muitas as armadilhas que podem deixa-lo em enrascadas dentro de quadra, sem ter para onde ir com a bola, forçando decisões erradas com ela. 

Daí o elevado número de erros do jogador, que somou 18 assistências em quatro partidas no torneio, mas acompanhadas de 12 desperdícios de posse de bola, numa média 1,5 passe que resulta em cesta a cada erro. Num evento com o Pan, algo sofrível. Para não falar de seu baixíssimo aproveitamento nos arremessos: acertou apenas 12 de suas 35 tentativas, num aproveitamento de 34,2% (suk!). Média abalada na certa por uma insistência descabida nos tiros de três pontos, algo sempre irregular em seu jogo (converteu 5 de 18 tentadas).

Imaginemos, então, que o bom-senso de nosso treinador argentino já recolheu todas as informações básicas para fechar essa via.

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