Finalizador, e olhe lá: Leandrinho encara um momento difícil em Toronto |
Quando avaliou o título do Dallas Mavericks na temporada passada, o professor Paulo Murilo destacou com propriedade – e, imagino, um certo prazer – a opção do técnico Rick Carlisle por jogar com dois armadores, revezando Jason Kidd, Jason Terry e o espevitado JJ Barea nessas duas posições. Eram raros os momentos em que dois desse trio não estavam em quadra. Eram freqüentes os momentos em que dois deles dividiam a armação e o time de fato jogava com três alas-pivôs móveis, na medida em que podemos considerar na pessoa de Brian Cardinal alguém que detenha "mobilidade". Mas sem tergiversar.
O braço direito de Carlisle, o mais Jim Carreys dos técnicos, era Dwane Casey, que hoje comanda o Toronto Raptors. Ainda tateando seu novo elenco, o americano tem testado as mais diversas combinações de jogadores, em busca de uma rotação ideal. Em janeiro, ele parece ter se convencido de que a dupla armação era a melhor saída, a despeito do controle de bola e do modo cerebral como o espanhol José Calderón encara o jogo, que podiam lhe dar a confiança de deixar as chaves do carro em uma só mão.
Na hora de escolher um parceiro para Calderón, se o fã clube maginava que Leandrinho pudesse ser o eleito, veio o balde gelado na cabeça. Casey escalou o jovem Jerryd Bayless, 23, que estava se recuperando de uma lesão. Pior: Barbosa ainda viu seus minutos serem gradativamente cortados pelo treinador, mesmo com Andrea Bargnani no estaleiro.
Mesmo mais experiente, nem como um segundo armador ele ganhou a confiança do treinador para ser aproveitado – aqui recuperamos todo o drama ao seu redor na época em que era utilizado como o armador reserva de Steve Nash sem muito resultado. Seu número de desperdícios de posse de bola é superior ao de assistências na temporada (1,6 contra 1,4, num regresso significativo). Improvável, então, que o Magnano possa encará-lo como uma alternativa para dar um desafogo/descanso a Huertas?
O que complica mais o quadro do brasileiro é também a redução de seu poderio ofensivo. Você pode apontar que ligeirinho ainda acumula 12 pontos por partida em 21,9 minutos de média. Mas, apesar do volume bem digno, sua eficiência já não é mais a mesma: o aproveitamento nos arremessos caiu para 42,5% (pior da carreira, igualado apenas ao ano em que passou a sentir a lesão no punho pelo Suns), de três pontos está em 33,3% (segundo pior, idem), graças a um início de fevereiro sofrível, em que não se adaptou a seu novo posto na rotação do time. E não que o desempenho de Bayless fosse uma coisa de outro mundo: 36,8% nos arremessos, mas 46,2% de três, com 16 pontos de média.
Nesta quarta, o jovem armador acabou saindo de quadra carregado com uma torção no tornozelo. Nenhum diagnóstico foi divulgado pelo clube. Como Casey vai se mexer para cobrir a ausência vai nos contar muito sobre o status de Leandrinho na liga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário