Agora imaginem Varejão causando num All-Star Game, defendendo como se valesse título |
A paixão pelo basquete veio bem antes que se encaminhasse ao jornalismo. Mas uma vez formado, com diploma na mão (na verdade, ainda na secretaria da Cásper Líbero para ser retirado, santa preguiça), na hora de se pronunciar no VinteUm o compromisso pode ser informar, analisar, provocar, questionar, um monte de atividade, antes de chegarmos a "torcer", que é o que acontece
Existem diversos modos de se encarar a questão de imparcialidade no exercício da profissão, variando entre a idéia de se esforçar ao máximo para honrá-la, ou encarar a coisa toda como um objetivo impossível, inatingível.
Paramos por aqui, já que está na linha fina aqui em cima: "Um pouco sobre basquete". Mas era preciso o preâmbulo antes de falar da campanha recente para emplacar Anderson Varejão no "All-Star Game" da NBA.
Em vez de colocar, então, que estamos na torcida pela convocação do capixaba para o jogo festivo, vamos apenas dizer que seria ao menos interessante sua presença.
Defesa, trombada, determinação, disciplina... Nada que combine muito com uma pelada |
Convenhamos, o selo de "All-Star" vale como uma ratificação formal de um jogador – sua moral, status com o restante da liga etc. Claro que cola bem no currículo, mas, no fim, não diz muita coisa sobre o que realmente importa.
É apenas um convite vip para uma pelada que só valoriza, no fim, realmente tudo que há de forjado ou bobo no marketing da NBA – e que não diz absolutamente nada sobre o que realmente importa .
Varejão produz nesta temporada médias de 10,8 pontos e 11,8 rebotes, as melhores de sua carreira, mas nada disso devia importar. A contribuição que o cabeleira traz ao jogo não pode ser medida apenas em números (ainda mais numa temporada em que a falta de treino fez a média de pontos da liga despencar, sobrando assim mais e mais rebotes para quem é do ramo coletar).
Dito isso, se Anderson for convocado, seria uma ótima oportunidade para os técnicos recompensarem todos aqueles operários que batalham para que as estrelas brilhem, darem um recado público de que "sim, nós nos importamos com vocês e não somos obrigados a apontar aqueles jogadores que deixariam os escritórios felizes da vida ainda que fulano seja um fominha desregulado da cabeça e possa me render uma gastrite daquelas daqui a um mês".
Joakim Noah, Bo Outlaw, Udonis Haslem, Dave Debusschere, Omer Asik, Bruce Bowen, Shane Battier, Raja Bell… Seria uma forma de homenagear essa cambada toda que não vende cartaz, mas que são essenciais para construir um time decente e homogêneo.
Uma eventual exclusão do capixaba não deveria ser encarada, porém, como absurda, injusta ou o fim do mundo. Byron Scott sabe muito bem o valor de seu pivô, assim como mais da metade da liga que já tentou tirá-lo de Cleveland nas últimas temporadas.
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