quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Pé na estrada

Foi uma ótima semana online para o basquete brasileiro. 

Primeiro de tudo pelo lançamento do novo site do NBB, que pegou uma pitada de NBA.com aqui e outra de ACB.com ali para se reestruturar e oferecer um conteúdo que supera, e muito, o que temos visto em quadra, se relativizado com o que vemos lá fora. (Agora a CBB que se vire para dar um tapa em seu defasado portal… Que tal usar um ano de Olimpíada para isso, gente?).

Mas as boas novas não ficaram apenas no plano institucional. A tropa basqueteira na mídia (acreditem, eles sobrevivem!) saiu para a luta, rendendo ótimas entrevistas com Anderson Varejão e Tiago Splitter, em meio ao fuzuê da NBA, e a última coluna de Samara Felippo no Basketeria, sobre a rotina ao lado (ou não) de Leandrinho em Toronto. 

Natural que se fale com essas figuras sobre a Olimpíada que se aproxima. Mas, antes de pensar em Londres, há algo preocupante que linka as três histórias acima: a temporada opressora que o trio vive neste exato momento, uma tecla em que estamos batendo aqui há um tempo. 



Veja Splitter falando ao Fábio Aleixo, do Lancenet: "É uma loucura a quantidade de jogos que estamos tendo. É necessária uma maior rotação e isso ajuda a ter mais minutos em quadra.  É como jogar um Mundial em quatro meses. Não há tempo para descanso.Você joga em um dia e, no dia seguinte, ou temos outro jogo, ou viagem. Não existe treino. Tudo o que treinamos foi na pré-temporada. Qualquer mudança ou variação tática tem de ser feita ali na preleção antes de cada partida".

Agora a Samara: "O que acontece? Eles jogam, acabam de jogar e já vão direto pro aeroporto. Chegam de madrugada na outra cidade e dormem... Bom, eu acho. Normalmente, essas viagens acontecem quando é um jogo atrás do outro, mesmo que tenha um dia "off" (dia que não se faz nada) eles ficam porque já vão para outra cidade. Geralmente dura em torno de seis, sete dias fora".

O Anderson não toca exatamente no assunto das viagens com Daniele Rocha, do Globo Esporte.com, mas está tudo interligado: "Se conseguir um pódio logo na minha primeira Olimpíada, pelo amor de Deus!  Espero muito que aconteça. Este é um ano em que não se pode pensar em lesão. O que tenho que fazer é jogar, não fazer corpo mole porque e aí que você acaba se machucando. Vou trabalhar e espero que dê tudo certo. Um ano olímpico é um momento bom e tem momentos em que paro e penso nos Jogos. Mas é uma ansiedade que tenho que aprender a controlar.  Não posso ficar muito eufórico porque o foco primeiro é aqui na NBA".



Eles não estão convocados ainda, mas tudo indica que serão. E Splitter, Varejão e Leandrinho vêm todos de um 2011 atrapalhado por lesões. Por um lado, isso significa que eles tiveram menos desgaste no ano passado. Por outro, agora correm o risco de sobrecarga.

Splitter, todo baleado, está finalmente em grande forma, viu seus minutos subirem sem exageros, mas também joga  em um time que tem mais chances de ir longe nos playoffs. Leandrinho, que a gente não sabe se está devidamente recuperado de sua contusão (ex-?)crônica no pulso, ao menos vem sendo pouco utilizado pelo técnico Dwane Casey (apenas 21,9 minutos). Varejão é quem mais tempo de quadra tem e a gente sabe que ele não vai entrar em quadra sem deixar tudo o que tem até o final da partida. 

A maratona vale para todo mundo, claro, incluindo a Argentina de Ginóbili e Scola. Mas sabemos que o nosso técnico é um pouquinho mais exigente na hora dos treinos.  Quando Magnano receber essa rapaziada em junho, que se prepare: não será de se estranhar que eles estejam aos cacos e será preciso bom senso e saber dosar sua intensidade. 

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