Nessa altura nem importa quanto vai terminar o jogo (ou quanto terminou para quem lê depois do ocorrido), mas qualquer treinador preocupado em educar um pivô deveria estocar fitas e fitas de jogos do Chicago Bulls.
A combinação Joakim Noah e Omer Asik é uma das coisas mais feias e bonitas ao mesmo tempo de se ver.
Para os espetáculo e melhores momentos, fica difícil de apreciar o estrago que esses dois podem causar. Seus adversários vão errar ganchos de esquerda, de direita, girando para fora ou para dentro. E não adiante tentar bater para dentro diante dessa chata e veloz resistência. Mas é encantador se você quiser apreciar as nuanças do jogo.
Cada um ao seu modo, eles são impossíveis de aturar. Noah é extremamente agitado em quadra, hiperativo. Um jogador com agilidade de um armador num esguio e cada vez mais forte (mas ainda leve) corpo de 2,10 m de altura, aguerrido, instintivo, lembra muito o nosso Anderson Varejão por vezes. Está sempre fazendo caretas, falando com os companheiros ou sozinho. Ele é um agitador, sem violência.
(Nota curiosa: quando se preparava para entrar no draft da liga, ouvia muito essa comparação com o brasileiro e mostrava um certo espanto – considerava que era um atleta muito mais completo que o capixaba, embora não seja o caso, sem patriotada. No que ele realmente supera o outro cabeleira é em sua habilidade como passador no ataque. Sua envergadura também é superior. Mas o coração é o mesmo. Olho nos dois nas Olimpíadas de Londres 2012).
O branquelo Asik defende com outra natureza. Sóbrio, sólido, puro fundamento. Seu jogo de pés e movimentação lateral, impecáveis. É praticamente impossível que um jogador consiga iludi-lo a tirar os pés do chão: voltando de lesão, está certo, mas Tiago Splitter pôde testemunhar (beeeem) de perto isso. Quando pula, na cobertura do lado oposto, sua envergadura intimida, embora o atacante deva estar atento com uma coisa: o turco é tão sagaz que por vezes ele vai usar seu bração esticado apenas para interferir na mecânica de arremesso de seu oponente, sem exatamente buscar o toco, de modo que rapidamente gira para a sua cesta em busca do rebote. Podem reparar. E, por favor, reparem também se ele não é mudo ou sabe falar em inglês. Raramente o pivô abre a boca para dar um pio.
O que deve enfezar e desconsolar os gigantes da liga é isso: quando sai um, entra o outro.
Basicamente, fica a dica: no mano-a-mano, seu pivô precisará de movimentos ofensivos muito refinados para conseguir se impor diante desse par. Ter um físico de Dwight Howard também não cai mal.
Fora exceções, para pontuar lá embaixo, os grandalhões precisam da ajuda de seus companheiros e de uma boa movimentação de bola, coisa que não é problema para o Spurs, diga-se. Ou atacar a tábua ofensiva em busca de qualquer rebarba, como o brutamontes DeJuan Blair conseguiu vez ou outra nesta partida.
Quem é quem entre Noah e Asik? |
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