segunda-feira, 16 de abril de 2012

Viver e morrer com Nezinho

Nezinho... Prestes a encaçapar uma, forçar o chute, dar uma assistência, ou perder a bola

Enfrentando um quadrangular de semifinal dificílimo, o Brasília assegurou sua vaga na fase final. Não sem cumprir à risca o lema do "poderia ser mais tranqüilo até, mas o que vale é a emoção do basquete sempre decidido nos últimos segundos". 

E dá-lhe Nezinho. 

A partida deste domingo contra os Capitanes de Arecibo, de Porto Rico, foi de certa maneira um microcosmo do que é a carreira deste espevitado armador, para o bem ou para o mal. 

É uma loucura. Não dá para pensar em outra coisa que não isso. Haja coração para torcer por Nezinho, amigo. 

Até o quarto período, o jogador vinha com dificuldades enormes de acertar a cesta, mas conseguia conduzir seu ataque com muito mais assistências do que desperdícios de bola. Na parcial final, tudo se inverte: as "bolinhas" (crédito: professor Paulo Murilo) começam a cair, mas os erros de passe e drible se acumulam. 

Houve um caso em que ele forçou um tiro de longa distância – mas, pior, valendo dois pontos –, que proporcionou um contra-ataque e a vantagem sobre os caribenhos caiu para cinco ou seis pontos, coisa assim. Depois, sem se abalar, ele converte duas bolas de três consecutivas e leva a diferença para a casa de duplo dígito novamente. Não contente, em um ataque seguinte, ele arrisca um "no-look-pass" e encontra o alvo debaixo da cesta. O problema é que era o panamenho Danilo Pinnock, seu adversário. No ataque seguinte, ele faz uma bandeja em flutuação de difícil execução, que deveria procurar mais vezes, já que conseguia se infiltrar na defesa adversária com facilidade. Tudo isso até o "herói" fazer a última cesta da partida, selando o placar favorável aos candangos em num ginásio de Caracas um tanto exótico e bizarro. 

Terminou com 13 pontos (dez deles no quarto final, diga-se), oito assistências, quatro turnovers e seis arremessos certos em 17 tentativas. Lembram? Para o bem e para o mal.

Coragem nunca foi o problema de Nezinho. O problema é essa irregularidade, que custa muito caro em jogos internacionais. Contra um time de Porto Rico estrelado e seus armadores e alas esfomeados, o ritmo da partida esteve mais para NBB, e vamos falar mais sobre os verdadeiros heróis da vitória contra os porto-riquenhos aqui.

Nesse extrato, nos concentramos em Nezinho. A essa altura, Ruben Magnano precisa saber com o que está lidando caso se decida por convocar mais uma vez o armador de Brasília. Em seu plano de jogo, ele precisa saber o que deseja para a reserva de Huertas, alguém mais regular para jogar por uns dez minutos, ou alguém tão instável. 

Neste domingo, dependendo muito do armador, Brasília conseguiu sobreviver a essa gangorra, e parabéns. Não falta, contudo, emoção.  É isso o que importa mais? 

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