sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Rubio, livre para jogar

Ricky Rubio pode voltar a ser uma sensação pelo Timberwolves
Entre tantas negociações que correm no agitado mercado da NBA e a polêmica em torno da pataquada proporcionada por David Stern e turma contra Chris Paul e o Lakers, está escondido o primeiro dia de trabalho do armador Ricky Rubio pelo Minnesota Timberwolves.

Três anos depois de sua escolha em um desastrado "Draft", no qual o clube gerido por David Kahn viu suas quatro escolhas serem selecionadas em armadores (embora dois deles fossem a pedido de outros clubes, Ty Lawson pelo Denver Nuggets e Nick Calathes pelo Dallas Mavericks), virando piada nacional, o talentoso espanhol pôde, enfim, treinar ao lado de seus companheiros nesta sexta-feira.

Distante do circo que cerca Paul em Nova Orleans e Dwight Howard em Orlando, a adaptação de Rubio ao basquete da NBA é uma das histórias mais interessantes de se acompanhar nesta temporada e pode nos dar uma boa noção da diferença entre o que se pratica na liga norte-americana e o que decorre das quadras europeias.

Recapitulando: o armador foi uma sensação na Liga ACB ao entrar para o time profissional do Joventut aos 15 anos de idade. Tambeem foi convocado rapidamente para a seleção espanhola. Jogou de igual para igual em uma final olímpica que tinha Kobe Bryant, Dwyane Wade e LeBron James em quadra. Assinou com o poderoso Barcelona. Foi badalado lá pelas tantas, não sem razão – basta ver o vídeo abaixo:



A visão de jogo, o talento, a inventividade destoam, não? Quem não se maravilha com esses lances, que mostram o quão o basquete pode ser gracioso sem força?

Agora, diga quais as cores que você mais lembra de ver Rubio vestindo nesses melhores momentos.

Verde? Preto? A Roja?

Todas elas.

Mas faltam o azul e grená do Barça.

Faltam porque o jogador, pelo clube catalão, não foi nem sombra do atleta que conquistou a Espanha até sua transferência. Em um time estrelado, de basquete bem pragmático, as liberdades eram bem reservadas ao ídolo catalão Juan Carlos Navarro. A Rubio restava basicamente o papel de levar a bola até o meio da quadra e iniciar a movimentação quadradinha, certinha proposta por seu treinador. Um time de pouco contra-ataque, pouco desenvolvimento atlético e restrito improviso.

Rubio encolheu. Pior: essa abordagem ofensiva ainda colocaram em evidência seus pontos fracos, principalmente seu arremesso deficitário. Com os pés plantados, sem poder ditar o seu ritmo, Rubio amassou o aro (na temporada passada, teve médias de 33,1% de acerto em seus arremessos pela ACB e, clank!, 31% pela Euroliga. Na linha dos três pontos, seu rendimento não chegou a bater na casa dos 28%. Uma draga. Que zica.

Os scouts lamuriavam e se perguntavam onde será que havia parado aquele prodígio encantador?

Em uma equipe jovem com a do Wolves, com menos pressão por resultados imediatos, em uma quadra com dimensões maiores e, portanto, mais espaçada, com um treinador que costuma se dar bem com seus armadores – Terry Porter, Rod Strickland, Mike Bibby e, mais recentemente, Aaron Brooks e Kyle Lowry progrediram nas mãos de Rick Adelman –, a expectativa é de um renascimento, do retorno de um Rubio alegre.

Sem exercícios muito sérios, apenas em trabalhos leves para desenferrujar, ele deixou uma boa impressão e se saiu com uma declaração curiosa, sobre seus parceiros: "Posso mandar a bola em qualquer lugar, que eles pegam", disse, embasbacado pela capacidade atlética de jogadores como Derrick Williams, Wesley Johnson e Michael Beasley, dando a entender que parecia um mago na quadra já que esses finalizadores podiam arrumar qualquer um de seus passes.

Mas o ala-pivô Kevin Love foi mais enfático: "Ele sabe passar pra #%@#!"

Aguardamos com ansiedade que o otimismo seja confirmado.

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