quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O impacto do guardião Fabrício Melo


Fabrício (d) ajuda a encurralar um atacante na defesa mais sufocante do basquete universitário

Já tínhamos meio que certeza, né?

Vendo dois ou três jogos de Syracuse, pelo basquete universitário norte-americano, era notório o impacto do pivô Fabrício Melo para o sucesso da equipe. 

Gigante, ágil, ele é o guardião em uma defesa 2-3 sólida feito rocha. Posicionado logo à frente do aro, pronto para fazer uma cobertura mais que eficaz. 

"A posição mais importante em uma defesa por zona é a do pivô. Fab protege o garrafão e nos permite ser mais agressivos no perímetro, e ele é o olho de toda a defesa, falando e guiando todo mundo", afirmou o assistente técnico Mike Hopkins. 

O que a Sports Illustrated, em seu site, resolveu fazer foi quantificar o impacto das ações do mineiro de Juiz de Fora e do restante de seus companheiros. Louvado seja o biruta Luke Winn, que se dedicou à insana tarefa de assistir todas as posses de bola defensivas dos Laranjas em 15 jogos, computando o resultado de cada uma delas – se foi cesta, passe errado, desarme etc.

Presença constante defensiva do brasileiro

Vamos aos números:

- Fabrício é o defensor de Syracuse que mais se envolve em posses de bola, participando de 26,05% delas – seja contestando um arremesso ou efetivamente tocando na bola. Desta forma, é o mais ativo da equipe. 

- Fabrício força o erro de seus adversários em 5,6% das posses de bola.  Esses são números que não são exatamente computados nas estatísticas tradicionais de um jogo – roubar a bola não é a única forma de causar um erro. Com sua envergadura e agilidade, o brasileiro pode causar passes ou dribles errados, andadas, bolas presas, enfim, um caos. 

- Fabrício lidera a equipe toda em cargas ofensivas recebidas – são 17 até aqui, 11 a mais do que o segundo colocado, o ala CJ Fair.  "Digo ao Fab o tempo todo que uma carga é melhor do que um toco. Nós recebemos a bola, eles ganham uma falta, e o adversário fica reticente em partir para a cesta", afirma o técnico Jim Boeheim. 

Ouch! Essa é uma carga recebida por Melo


Luke Winn, no fim, afirma: "Tudo o que é  creditado a Melo nesse estudo vai aparecer numa planilha estatística básica, fazendo que ele seja grosseiramente subestimado nas métricas tradicionais. Olhando a planilha estatística da vitória por 73 a 66 sobre Marquette no dia 6 de janeiro, você não teria a ideia de que ele havia recebido quatro cargas só no primeiro tempo e havia causado mais de um quarto dos erros forçados pela defesa do time".

Numa defesa bem armada, composto jogadores muito, mas muito atléticos, o jovem pivô tem mais que dado conta do recado, ele se tornou essencial para o sistema. 

Na agenda de Fabrício Melo daqui para a frente, os pontos fundamentais agora são: se ele vai ter a disciplina para se manter bem na sala de aula – evitando futuras suspensões misteriosas – , se vai se manter em forma para e trabalhar  para progredir também no ataque, setor em que ainda é solenemente ignorado por seus armadores.

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