segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Steve Nash 38



É mais um exemplo de atleta que, com muita disciplina alimentar, física e técnica, conseguiu levar seu jogo a outro patamar. 

Com a diferença de que Steve Nash é muito mais do que isso. 

Nesta terça-feira, o canadense completa 38 anos, com um rendimento assombroso, embora seu Phoenix Suns tenha se transformado melancolicamente num time que sofre para passar da casa dos 90 pontos. 

Mesmo com o brilhante armador sustentando médias de 14,5 pontos, 9,9 assistências e esteja convertendo 54,5% dos seus arremessos, o MELHOR índice de sua carreira. Por outro lado, ele vem nos lances livres com o pior rendimento  em 12 anos e, nos chutes de três, ele também já foi bem melhor. Em 2011-2012, suas médias são apenas de 41,4% e 86,7%, respectivamente. 

Apenas?

Tem armador de Brasília que se recusaria a entrar em quadra pela Seleção Brasileira para ter um rendimento desses. 

Quando o assunto é Nash, alguém que já converteu 47% nos chutes de três em um ano (42,9% na carreira) e 93,8% nos lances livres (90.3% na carreira), os parâmetros são bem mais exigentes, todavia. 

Dava para escrever um texto inteiro maravilhado com o grau de eficiência que Stevie Wonder, M-V-Steve construiu durante sua duradoura história por Suns e Dallas Mavericks. Pense que esses números são atingidos por um jogador que tem a bola em suas mãos por grande parte do tempo, com marcação cerrada. Um jogador que nunca teve a tentativa de cesta mais certeira em seu arsenal, a enterrada.

Tem que se virar como pode para acertar a mecânica de uma maquininha de arremessos
Mas seria muita negligência não fazer qualquer menção ao ritmo de jogo que ele pode impor, liderando toda a liga pela sexta vez em assistências, mesmo num time que não possui sequer um jogador capaz de pontuar regularmente, por conta própria, para lhe aliviar a pressão. (A essa altura, parece claro que Shannon Brown era um reserva decente para Kobe Bryant, com um potencial magnífico para ser um reserva decente para Kobe Bryant. E esperemos todos por um milagre de Michael Redd para nos provar o contrário).

Nash já atiçou um ataque kamikaze, mas mortífero, quando acelerado a mil, descendo a quadra com Amar'e Stoudemire, Shawn Marion, um certo Vulto Brasileiro, Eddie House, Joe Johnson, Quentin Richardson (em seus tempos de vertebrado), deixando a concorrência esbaforida. Mas ele também pôde caminhar com uma turma mais controlada, que procurava arremessos equilibrados, decorrentes de um espaçamento correto e ótimos chutadores ao seu redor.

Com dois planos de jogo bem distintos, sua eficiência nunca diminuiu. Porque, por mais acelerado que seja o clima da partida, o basquete parece muito fácil, tranquilo, simples. Equilibra seus pontos com o restante dos companheiros. Ele vai antever a quebra de uma defesa e, então, partir para o ataque ou a assistência. Na hora de passar, ele sabe em que posição seu ala gosta de receber a bola e a que altura. Mal sai do chão, mas pode levantar todo mundo da cadeira. Não procura enfeitar, e, ainda assim, seu jogo é vistoso.

Stoudemire em progressão para receber mais uma assistência de Nash. Bons tempos
Nash vai desafiando o tempo, mas hoje sua influência está limitada a uma equipe que dificilmente vai chegar aos playoffs. 

Hoje os seus companheiros parecem seus maiores adversários – por mais que Marcin Gortat seja um pivô de mão cheia, ele não desperta, de modo algum, a preocupação que defensores tinham em torno de um Stoudemire. Hoje falta alguém para correr com Nash e alguém para converter arremessos. 

Ainda assim, num cenário que enfim acompanha a aridez do Vale do Sol no Arizona, ele ainda vale o ingresso.

ATUALIZANDO: Para celebrar o aniversário de Nash com uma noite de antedecência, seus companheiros decidiram lhe brindar com uma ótima vitória em Atlanta sobre o Hawks, tendo dominado um perigoso e atlético adversário do início ao fim. E Gortat nem teve um de seus melhores jogos. Vai que...


Nash cumpriu mais uma partida sensacional, com 24 pontos, 11 assistências, 9-12 nos arremessos.

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