terça-feira, 13 de setembro de 2011

Bye, Bye, Brasil

Depois de um dia de comemoração pela classificação para as Olimpíadas de Londres 2012, só se fala em uma coisa agora no basquete brasileiro: a disputa pela liderança nos grupos do Campeonato Paulista!

Hm…

Fora os envolvidos na elaboração de nosso calendário nacional, de um excelente timing, acho que todo mundo sabe que essa realmente não é a pergunta mais feita para técnicos, ex-jogadores e qualquer um mais interessado no bola ao cesto nas últimas 48 horas. 

Sim, Leandrinho e Nenê, são vocês.

Nenê, ele mesmo, na Argentina, dez anos atrás - CBB


Nesse ponto, parece muito claro que Anderson Varejão só não vai para a Olimpíada por algum problema físico. Dentre os cardeais (*citação obrigatória do professor Paulo Murilo), a voz manifestada em público foi uníssona: o capixaba, em recuperação de uma grave lesão no tornozelo, tem espaço aberto para retornar ao grupo. 

O caso dos outros dois é um pouco mais nebuloso, o que combina bem, afinal de contas, já que a possibilidade apresentação da dupla a cada convocação é sempre um mistério. A impressão passada por esses mesmos jogadores da seleção é a de que Leandro Barbosa tem melhor receptividade, embora a grande maioria dos basqueteiros online repudie a dupla de vez.  

Nenê, no desembarque dos atletas em São Paulo, foi solenemente ignorado por Tiago Splitter, que citou Varejão e até mesmo o versátil Murilo como os atletas que poderiam reingressar na equipe – e o jogador do São José, de fato, perdeu seu primeiro torneio apenas neste ano, jogando até mesmo os Sul-Americanos da vida e não pode ser esquecido em meio ao surgimento de Augusto Lima e a campanha de pé-no-peito-tô-chegando de Hettsheimeir. Isso sem falar nas declarações contundentes de Alex, antes mesmo da conquista da vaga, de que só viu o pivô dos Nuggets umas duas vezes na vida. 

Ruben Magnano, em entrevista ao repórter Cícero Mello, da ESPN, que aproveitou a cobertura da Seleção de Neymar para caçá-lo em Córdoba, afirmou algo na linha de que qualquer jogador pode ir para Londres, comprando ingressos, passagens, um pacote na CVC, seja lá o que for. Quando questionado, ok, se ele queria algum deles por lá, o argentino não disse que sim, nem que não, mas rebateu apenas insinuando que o querer, neste caso, tinha mais a ver com os jogadores do que com eles – há uma necessidade de comprometimento com seus objetivos. Ligeirinho que só, Leandrinho já deixou claro que a capital inglesa é com ele. O outro? Só Deus sabe.

Leandrinho ouve Magnano no Mundial de 2010. Agora é Magnano quem quer ouvir - CBB

Nessas entrelinhas, leio que o treinador vai esperar alguma sinalização por parte de Barbosa e Hilário, antes de qualquer coisa. Naturalmente, se já não o fez, também deve entrar em contato com a cúpula de seu elenco para se posicionar no debate. 

Já o presidente da CBB, Carlos Nunes, com a sutileza de um Paulão Prestes, afirmou de cara, que, fosse ele o técnico, não teria lugar para nenhum dos dois no time. Jogou com a galera e fez aquilo que cartolas de confederações brasileiras sabem bem fazer: m…olecagem.

E o que pensar de tudo isso?

Vamos lá:

- É isso: Varejão (hoje) está dentro. 

- Pensando nas desavenças de Nenê com a administração anterior, uma declaração dessas por parte do digníssimo presidente não ajuda em nada sua reintegração, se esse for o desejo de Magnano. Cadê o Brunoro pra fazer o discurso do presida?

- O pivô do Denver não vai ser daqueles que saem pedindo perdão, senhor, perdão. Quem se lembra de 2007? Depois do racha com Grego (lembremos: o presidente da CBB havia intercedido em favor do Vasco, que cobrava uma multa para liberá-lo para a NBA, apesar de salários atrasados), Nenê jogou no Pré-Olímpico de 2003 e se ausentou por quatro anos. Quando retornou, voltou com a banca toda, como um César em retorno a Roma: chamou coletiva em sua cidade no interior paulista, convocou Valtinho – que, aí, sim, retornou para o grupo –, pediu Rogério Klafke e Ratto no time e um assistente-técnico estrangeiro na comissão comandada por Lula Ferreira. 

- A vontade é realmente bater o pé e dispensar os dois: vamos com o que temos e com quem nos classificamos. O problema? Estamos há um ano dos Jogos Olímpicos. Com o locaste da NBA ainda se arrastando, há ainda mais incertezas para se pontilhar toda essa espera. Splitter vai jogar no Brasil, na Europa segue sua vida com o Spurs? No Texas, ele terá mais espaço em seu segundo ano e voltar a ser o jogador de antes? Vai se manter longe da enfermaria? E Nenê? Vai ficar parado por quanto tempo? Não custa lembrar que ele hoje é um agente livre e, se houver campeonato, pode negociar uma bolada. Se fechar um novo contrato milionário, haverá alguma cláusula referente a Londres? E o pulso de Leandrinho? Faz mais de um ano que o jogador convive com essas reclamações. Veja bem: essas são perguntas envolvendo apenas três jogadores. Há outras tantas cercando o desenvolvimento dos jogadores mais jovens presentes em Mar del Plata e mesmo dos veteranos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário