A essa altura do campeonato, ninguém mais lembra, ou gostaria de lembrar da presença de Nezinho na Seleção que luta por uma vaga olímpica em Mar del Plata. Mas o armador do Brasília pode dizer muito sobre um velho problema na formação da equipe.
Desde a era Lula Ferreira, o jogador é contestado, pelos mais diversos motivos, entre eles: as muitas encrencas que arrumou em quadra, a provocação aos torcedores nas mais diversas vizinhanças, o estilo agressivo de jogo para o bem e para o mal e a punhalada nas costas, em 2007, do mesmo treinador que sempre lhe deu todas as chances.
Depois do banimento durante a gestão de Moncho Monsalve, em que Marcelinho Huertas se consolidou como o titular, Valtinho confirmou sua condição de exilado no próprio país e o experimento com Duda durou pouco, o velho vilão paulista, agora mais tranqüilo em Brasília, retornou sob o comando de Ruben Magnano.
No Mundial do ano passado, ele foi o reserva primário de Huertas, com a impressão de que o argentino contava com sua velocidade e a condição de cascudo para exercer a marcação pressionada em cima da bola como algo que pesaria mais na balança do que uma eventual loucura ofensiva. Ele jogou 41 minutos em cinco partidas, tendo arriscado apenas seis arremessos e somado quatro assistências, um erro e cinco faltas.
Um ano depois, Rafael Luz assumiu o posto de segundo na rotação da armação, e a produção de Nezinho até agora se resume a três minutos contra o Canadá, um air ball, e só. Mesmo contra a República Dominicana, em que Huertas se atrapalhou todo contra a defesa de Francisco Garcia e cometeu dez desperdícios com a bola em mãos e em que Rafael jogou só por dois minutos, ficou encostado no banco, sem poder tirar o uniforme de aquecimento.
Então fica a pergunta de um modo simplório: o que o armador está fazendo na Argentina, então? Não havia nenhuma alternativa? Faz sentido convocar um jogador já, digamos, formado no país para esquentar o banco lá? Quem ganha com isso?
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