Depois de superar seu maior rival na véspera, o Brasil tratou de de desmantelar Porto Rico, outro que andou tripudiando nas últimas grandes competições, no encerramento da segunda fase da Copa América, partindo para a disputa da vaga olímpica, diante da República Dominicana, com a confiança em seu ponto máximo.
A seleção brasileira aplicou uma sacolada incomum para o retrospecto do confronto: 22 pontos, que só não foram mais devido ao quarto período inteiro de garbage time, no qual Nezinho enfim pôde fazer seus primeiros quatro pontos no torneio.
A bem da verdade, a equipe caribenha entrou em quadra meio cambaleante. Sem contar com seu pivô Daniel Santiago, que pode não ser nenhum Piculín Ortiz, mas era sua única referência de jogo interior em Mar del Plata, os porto-riquenhos dependiam exclusivamente as investidas de seus dois talentosos armadores e chutes de três pontos. Elias Ayuso, seu principal arremessador e algoz brasileiro por anos, nem embarcou para a Argentina.
Mas cabia aos brasileiros, claro, empacotar a vitória, o que foi feito em rápidos 15 minutos de jogo, com mais uma demonstração de empenho e força defensiva. Alex anulou Carlos Arroyo – que estava naqueles dias de peladeiro e, não, naaaaqueles dias de Iverson latino. José Juan Barea começou bem, mas foi sacado de modo precoce de quadra e, quando voltou, encontrou o centro da defesa brasileira fechado, com muita ajuda de todas as partes.
Porto Rico forçou uma série de arremessos, a maioria desequilibrados, distante da cesta, o que propiciava rebotes longos e a saída em contra-ataques. Por vezes, a transição ofensiva nem era das mais velozes, mas os caribenhos estavam tão aos frangalhos que os brasileiros encontravam sempre um companheiro livre com facilidade, seja em passes de fora pra dentro, ou de dentro pra fora.
Sem nenhum pivô decente para fazer sua marcação – Renaldo Balkman costuma defender alas na NBA –, Splitter pôde, enfim, pontuar com tranquilidade, apesar de sua má forma e falta de confiança. Estava tão solto em quadra que até 60% dos seus lances livres converteu. Huertas entrava como queria rumo ao aro. Os chutadores tinham conforto para respirar e mandar ver.
O Brasil, se não me engano, matou suas primeiras cinco bolas de três pontos e sete das primeiras nove. Com o scout do jogo perdido, então pensemos que foi algo nessa linha. E a diferença se abriu rapidamente.
Não dá para negar que eles moveram a bola de lado a lado na quadra, encontraram boas situações de arremesso e foram muito felizes na conclusão. Por outro lado, não posso deixar de registrar um receio com essa propensão impossível para os chutes de longa distância.
O aproveitamento foi de 60% contra os porto-riquenhos, para fazer inveja a qualquer lituano. Mas, sei lá, 25 chutes de fora me parecem um exagero, apesar da jornada inspirada e de boa parte deles terem acontecido com total liberdade. Ainda assim, é muito. Enfrentando uma defesa em formato de peneira, tivemos apenas nove arremessos de dois pontos a mais do que de três. A não ser que chutemos o resto da vida feito Siskauskas, Macijauskas, Jasaitis para o sempre, não me parece ume equilíbrio ideal esse.
De toda forma, pelo jogo de sexta, a influência de Ruben Magnano na postura de nossos jogadores é clara, em um contraste marcante contra os homens de Porto Rico, com suas discussões em quadra e no banco, e um jogo totalmente quebrado, um contraste bem-vindo, depois de muitas comparações e piadas sobre as semelhanças entre esses dois irmão separados no nascimento.
Por um jogo que fosse, havia um abismo entre brasileiros e porto-riquenhos.
Por um jogo que fosse, havia um abismo entre brasileiros e porto-riquenhos.
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