sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O campeão (quase) voltou

A cestaça de três pontos de Kevin Durant, no estouro do cronômetro, caiu feito uma bomba, sim, no banco do Dallas Mavericks. 

Para muitos, a vitória dramática do (ainda) jovem time de Oklahoma City, em casa, pode servir como um marco de passagem, de que o espetacular ala está preparado para colocar uma nova ordem no bom e velho Oeste. 

Até pode. 

Mas o VinteUm não está preparado para descartar esse Mavs, muito menos um Dirk Nowitzki ainda em formato de assassino. 

As duas piabas que os texanos tomaram nas duas primeiras rodadas causaram espanto geral. Por mais que Miami Heat e Denver Nuggets se esbocem como locomotivas para esta temporada, por mais que o elenco dos campeões, por conta das leis de mercado, tenha sofrido gravíssimas baixas e, desta forma, ainda procure uma nova química, ninguém esperava esse tipo de sangria logo de cara. Daí para concluir que, já era, o ano estava perdido, foi um pulo. 

Mas, na hora de falar sobre a NBA nesta temporada, uma regra não pode ser esquecida: VAI SER UMA DOIDEIRA, LOUCURA DANADA DOS INFERNOS. Vamos listar em breve as bizarrices das primeiras partidas do campeonato. Não há scout ou estatística que dure muito neste campeonato, porque os parâmetros inexistem, devido a fatores diversos como a longa inatividade do loucaute, tabela intensa e pouco tempo de preparação. Quem vai estar cansado? Quem está enferrujado?  Quem treinou bem nas férias prolongadas? Quem abusou do cheeseburger?

Durante a transmissão americana, Steve Kerr, cuja pontaria não se questiona, alertou para algo interessante: há equipes cujos ataques dependem muito de um ritmo próprio, de uma química que se desenvolve com repetição, treino, ação, sem investir tanto em jogadas de isolamento ou ensaiadas. Menos jogos, menos treinos? Complica. É o caso do Suns. Também o do Mavs.

Nesta quinta-feira, a equipe de Dallas lembrou, no segundo tempo, aquela inesquecível dos playoffs passados, ao menos no ataque. Dirk Nowitzki descendo com a bola cheio de confiança depois de apanhar um rebote. Jason Kidd orquestrando, rodando a bola de um lado para o outro. Jason Terry dando suas escapolidas pela direita e castigando a redinha. Shawn Marion colhendo rebotes ofensivos e pontos espíritas. Delonte West fazendo as vezes de um JJ Barea nas infiltrações (embora sem a mesma eletricidade, claro). A virada no minuto final carregava resquícios daquela aura de invencibilidade no crunch time que o time adquiriu. Até Vince Carter estava contaminado por esta assertividade, com a cesta da suposta vitória!

Mas aí Durant resolveu fazer das suas. Deu o recado. O Thunder chega com tudo nesta temporada, como o favorito, sim, ao título da conferência.  

O desempenho de Nowitzki & Cia. nesta quinta foi só um espasmo? Agora o time tem 63 partidas para reagir. É como se um quarto de temporada regular já tivesse passado, e eles ainda em busca de ritmo e de um resgate de identidade. Por alguns minutos, aconteceu. 

Antes de entregar a faixa para o espetacular Durant, é preciso derrubá-los primeiro.


Kevin Durant parte por trás do corta-luz, recebe a bola, gira, eleva e mata: os campeões que se cuidem

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