sexta-feira, 25 de maio de 2012

Ajustes drásticos

Olivinha vai precisar jogar muito mais em Brasília

Para os heróis que acompanham o blog nesses últimos meses, deve ter ficado claro que não se morre de amores pelo ala Shamell, do Pinheiros, aqui no QG 21. De todo modo, sua grave lesão é lamentável, e o clube está de parabéns por ter efetivamente renovado seu contrato para a próxima temporada, a despeito da probabilidade de ele passar um longo tempo afastado de quadra. Um gesto de grandeza.

Agora, correndo contra o tempo, tentamos aqui uma análise rápida sobre a vida do time paulistano sem o norte-americano para o decisivo confronto com Brasília logo mais, na Capital Federal.

Shamell é o cestinha de Mortari, mas a ironia é que sua presença pode ser mais sentida na defesa. A despeito de seu desempenho inconsistente, variando não só de uma partida para a outra, como de um quarto para o outro, ele dispõe de atributos físicos – agilidade, tamanho e capacidade atlética – que lhe permitem uma defesa segura contra o Alex.

Sem o ala, com um elenco desequilibrado, quem Mortari vai colocar nessa empreitada? Marquinhos não tem o perfil ideal e vai precisar de um respiro para carregar o time do outro lado (também é preciso cuidado para não carregá-lo de faltas). Renato já não tem o preparo necessário para conter o ex-companheiro tampouco. Paulinho é mais baixo, muito menos atlético e também nunca foi celebrado por sua consciência defensiva. Figueroa teria de lidar com o Nezinho. Faz falta mais um bom e atlético ala reserva no time, e o filho do técnico não se encaixa aqui.

Do ponto de vista da marcação individual, então, se bem explorado pelo oponente (coisa que não aconteceu no decorrer do terceiro jogo em São Paulo, registre-se), a vida da defesa do Pinheiros pode ser dificultada. Variações em seus sistemas e muita aplicação se farão necessários.

No ataque, um Shamell inspirado pode decidir qualquer jogo de NBB. Assim como um Shamell achado-que-está-inspirado, só que a favor do oponente – naqueles dias em que o americano chuta de três pontos a dois passos da linha, isso depois de ter batido bola por uns 20 segundos, sem ter feito sequer um passe.  

Se Mortari souber trabalhar a cabeça de seus jogadores, o Pinheiros pode ganhar em movimentação de bola, o que ajudaria a pulverizar os pontos costumeiros do ala por todo o seu elenco. Marquinhos deve naturalmente puxar a fila, mas sem forçar a barra. Renato, Figueroa, Paulinho e Fiorotto também podem render mais. 

E o Olivinha? Esqueceu?

Não, este é um capítulo especial. No jogo 3, o ala-pivô foi completamente dominado por Guilherme Giovannoni, em todos os sentidos. Nesta sexta, ele precisa dar uma resposta imediata. Seu time precisa disso, ainda mais considerando o outro desfalque: Morro.
Jogando em casa, com um time aparentemente inteiro, o Brasília é favorito para fechar a série. Só não dá pra cravar nada: as intempéries do NBB não permitem isso. 

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