sexta-feira, 18 de maio de 2012

Silêncio dos inocentes



Eles dizem que a CBB não é nossa...


Olha, a essa altura o basqueteiro mais antenado já leu e ficou atordoado pelos questionamentos do Bala na Cesta a respeito da condução dos negócios financeiros de nossa CBB – eles falam que não são empresa pública, mas, enquanto dependerem da grana da Eletrobrás e do Governo e da torcida brasileira para existirem, a gente fala “nossa” mesmo.

Fui cobrado ontem na chincha – :) – sobre uma paulada na atual gestão pela eminente incapacidade de gerir seus recursos financeiros. Respondi na maior sinceridade que não havia muito o que acrescentar no interrogatório enviado a Carlos Nunes e amigos confederadosPareceria que iria apenas “surfar a onda” do cara que leva o basquete a ferro e fogo na internet brasileira há tempos.

O único talvez digno comentário que havia pensado a respeito era o seguinte: “Mesmo que justifique suas temerosas contas, a confederação já estava errada ao silenciar sobre o assunto. Ela deve, sim, explicações”. 

Mas eis que, hoje, numa nem tão pacata tarde de cesta-feira, o Bala vem no Twitter com as tardias respostas da entidade.

Tens problemas cardíacos? Hipertensão ou qualquer coisa do tipo?

És maior de 18 anos?

Estás sentado?

Pois avisamos.

“Eu não mexo com o balanço financeiro. Você fala com o departamento financeiro e eles te ajudam”, foi a pérola que o presidente da CBB, que tenta se reeleger, afirmou. Gente do céu.

E a entidade depois acrescenta: “Nossas notas explicativas estão no balanço financeiro. Nada além do que está ali será explicado. Nós não somos uma empresa pública”.

* * *   

O presidente da CBB, Carlos Nunes, não mexe com o balanço financeiro, não. Pra quê, né?

Sobre a CBB. Carlos Nunes vai se escorar como pode no argumento de que sua gestão encerrou o jejum olímpico da Seleção masculina. Com Magnano e tudo, parabéns, não há como fugir desse cumprimento. Agora: se uma confederação se resume a apenas isso? EVIDENTEMENTE que não.

Sem querer arrumar bodes expiatórios, mas agora mesmo nossa Seleçãozinha sub-15 está sofrendo um bocado em Maldonado, no Uruguai. Ganhamos por pouco, suado da Colômbia. Apanhamos dos donos da casa por 21 pontos em contagem digna do Peru, tendo feito apenas 46 pontos em 40 minutos. Nas semifinais, nos viremos contra a Argentina.

Avaliar jogos sub-15 já é complicado quando se está na arquibancada. Nessa idade, grosso modo, vale mais o potencial e a educação dos meninos do que a medalha de ouro. É preciso muito cuidado para comentar e para preparar o time – e condições para isso o técnico não teve.  Por outro lado, do ponto de vista administrativo, não dá para descolar esse torneio da imagem da CBB: se vale incensar que estar na Olimpíada é prova de sucesso, então... Sacaram a lógica, né?

Veja lá se isso é jeito de se compor uma gestão: trapalhadas das diretorias, com uma usina de gafes em público, os campeonatos prometidos que não saíram do papel, o precário desenvolvimento da modalidade e a falta até mesmo de comemorar e promover adequadamente a volta aos Jogos Olímpicos.

Sem contar os enigmas: vamos treinar no CT do Audax mesmo, e o que fazer com São Sebastião do Paraíso?, onde estão as ações de marketing da confederação? quem faz o quê na entidade e por que não vem a público?

Pensando bem...

E não é que é melhor o silêncio?

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