Em meio a cobras, lagartos, cachorrõers e ratos, um arco que se destaca é o envolvimento de Michael Jordan nesse barraco todo, agora como proprietário do Charlotte Bobcats.
As tais fontes vêm enquadrando His Airness ao lado dos donos dos clubes mais radicais nas negociações, uma facção que quer reduzir em 10% os ganhos dos atletas e ainda impor um sistema de administração da liga restritivo, para não dizer proibitivo: os contratos atuais seriam revisados de acordo com os novos e menores valores, os times mais ricos seriam praticamente proibidos de gastar seu dinheiro, o que deixaria o mercado murcho, o que resultaria em menor demanda, o que resultaria em ainda menos dinheiro para os jogadores, e por aí vamos.
Jordan, agora do outro lado da mesa |
Não custa reforçar: Jordan é aquele que ainda ganha mais grana no mundo do basquete, acima de Kobe Bryant e LeBron James, 13 anos depois de seu último título. Sua linha de calçados AirJordan funciona como se fosse uma marca de vida própria, alheia à Nike. Ele foi a capa dois últimos dois games da série NBA2K. A marca segue muito forte, e acho que não seria ousadia nenhuma dizer que isso ocorre mais devido aos seus feitos acrobáticos e instinto assassino dentro de quadra do que por suas decisões como executivo, não? Adam Morrison e Kwame Brown que nos desculpem.
Parece que não é só um Kwame que vai arranhar o legado do número 23 |
Segue a lista, então, de jogadores que fazem parte do Team Jordan da Nike, usando os caçados com aquele famoso logo: Carmelo Anthony, Dwyane Wade, Chris Paul, Ray Allen, Joe Johson, Kevin Martin, Gerald Wallace, entre outros. Como esses astros estão encarando esse impasse? Amigos, amigos, negócios à parte? De modo bizarro, em texto no próprio site da NBA, um agente fala (em anonimato, frise-se) que jamais, mas jamais mesmo vai levar um de seus jogadores para o Bobcats no futuro, reforçando as críticas sobre um Jordan hipócrita, que teria tentando sugar até o último dólar dos proprietários em seus dias de jogador e agora está fazendo justamente o oposto.
Nesta terça-feira, depois de se reunir com os representantes dos jogadores de 29 dos 30 times da liga, o armador Derek Fisher, presidente do sindicato dos atletas, não quis falar diretamente sobre o ex-ala do Bulls, mas não pôde evitar de espetar a agulha: "Ele é um proprietário, eu sou um jogador. Não nos vemos olho-no-olho". Já Billy Hunter, diretor-executivo do sindicato, foi mais ácido: "Daria a ele o mesmo conselho que ele deu a Abe Pollin".
O que seria: não dá conta? Então venda seu clube.
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