domingo, 20 de novembro de 2011

O melô do pouquinho

Durante esse lo(u)caute da NBA, sua maior parceira na mídia, a ESPN, com quem compartilha conteúdo livremente, não hesitou em descer o porrete em todos os lados envolvidos nessa confusão, incluindo a direção da liga. No Twitter, blogs ou em artigos no site da emissora, o comissário David Stern foi achincalhado.

Ainda falta muito para isso acontecer no Brasil, é uma pena, em todas as esferas, e as relações da Rede Globo com o NBB não fogem disso.

Na rodada de abertura do campeonato no renovado ginásio do Tijuca, muita gente compareceu, num ótimo espetáculo da torcida do Flamengo. Estava tudo muito bonito e promissor. Quando a bola subiu, porém, vimos novamente as falhas de sempre. Básicas de tudo, mas imperdoáveis para um campeonato que chega a sua quarta temporada, mesmo com a rodada sendo realizada na casa de um de seus estreantes, com piso renovado e bonitão.

Essas falhas não podem ser tratadas  à base do "pouquinho", já firmado em nossos corações pelo comentarista Caio Ribeiro, no futebol. Que é o seguinte: na dúvida entre emitir uma opinião para valer e correr o risco de pisar em calos, é melhor apelar ao diminutivo. "Faltou um poquinho de qualidade no passe, de capricho na finalização, de atenção do treinador". Tudo é um poquinho aquém do que poderia ser, para não ser tão grave assim.

Como aconteceu no sábado, na Tijuca. Problemas com placar e cronômetro já não podem ser mais tolerados – o locutor do ginásio em algumas ocasiões precisou cantar o resultado para o público –, não é algo que caiba em um torneio profissional, ao contrário da maneira que as questões foram encaradas.

Assim como fica difícil de aceitar que, novamente, os clubes tenham problema com a inscrição de seus atletas, especialmente os estrangeiros. Sério: há quanto tempo já não ouvimos a história de que Franca tem reforços dos Estados Unidos para colocar em quadra, mas isso não vai acontecer porque a documentação deles não foi regularizada não em tempo?

Com  o Pedrocão novinho da silva, o time de Hélio Rubens não terá força máxima sabe-se lá até quando, algo triste quando pensamos que estamos falando da maior instituição do basquete brasileiro. Especialmente no momento político conturbado que o clube vive, o atraso em colocar os gringos em ação é ainda mais temerário.

Não se trata de uma exclusividade francana, porém. Em um jogo em que brigou até o fim com o Paulistano, talvez o norte-americano Jeffery Addai pudesse ter feito a diferença para definir um triunfo excpecional. Mas ele não pôde jogar, também sem o aval da liga. Burocracia demais? Demora das diretorias para definir as contratações? Jogadores com voo atrasado? Vai saber.

Vamos além: a três dias da abertura do campeonato, os elencos de CETAF e dos estreantes Liga Sorocabana e Tijuca não estavam online no site da LNB. Eram os únicos em tal situação. Até os norte-americanos de Franca e Addai estavam lá. O que nos leva a deduzir que o fechamento do plantel dessa trinca pode ter ficado realmente para a última hora, assim como foi definida a exclusão do Vitória a menos de dez dias do início (e o professor Paulo Murilo não pôde evitar seu desabafo).

O NBB já tem idade – e prestígio, penso – o suficiente para passar por cima feito trator desses assuntos, sem condescendência alguma.

Hélio, do Fla, enfrenta marcação de Thiago, do Paulistano, com o relógio funcionando

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