Betinho: menos bolas de três e mais agressividade em vitória sobre Franca |
Sabe aquela comparação básica que o professor de física usa para elucidar – e tentar cativar – o aluno que só quer saber de estudar Humanas? Tem aquele pedestre que vê o busão descendo a rua a mil, enquanto o passageiro, quase dormindo no banco com a cabeça encostada no vidro, olha para este mesmo pedestre e com a impressão de que é aquele infeliz ali no ponto a estar em velocidade alta. A moral da história: tudo depende do ponto de vista. Ou pelo menos algo assim, né?
Pois bem, essa comparação, na verdade, não pode ser empregada de modo algum quando abordamos a vitória do Paulistano sobre o Franca, nesta segunda-feira, em casa.
Porque sob nenhuma referência o início de três vitórias e um derrota do time da capital era esperado, considerando sua tabela, assim como nenhum francano poderia imaginar que sua equipe sairia com uma campanha inversa nas quatro rodadas iniciais. Fica difícil de relativizar qualquer coisa aqui.
Para Franca, resta apenas a expectativa pela estreia de seu trio de norte-americans, e que eles sejam realmente muito bons, porque a avaliação que tiramos de seus resultados iniciais é de que o trem está desgovernado em quadra. Reforçando: olhando apenas pelos resultados e estatísticas, pois este tonto aqui perdeu a oportunidade de ir ao ginásio do refinado clube de São Paulo para assistir ao cotejo.
Depois de tomar uma surra do Pinheiros, o placar agora foi de 82 a 71 para os garotos dirigidos por Gustavo de Conti, depois de o time local ter vencido os três primeiros quartos por 18 pontos de diferença. Uau.
Sem Fernando Penna para ajudar Helinho na armação, Franca cometeu mais erros que seus jovens adversários (12 contra apenas oito) e teve dificuldade para organizar seu ataque interior, convertendo apenas 42% de seus chutes internos, um aproveitamento muito baixo para os padrões nacionais e bem abaixo do oponente (58%!).
O ala Betinho foi o cestinha do Paulistano, com 19 pontos, dessa vez equilibrando mais sua balança ofensiva. De seus 12 arremessos, apenas dois foram dos três pontos (dois erros, por sinal), ao mesmo tempo em que marcou seis dos dez arremessos de dois pontos. Além disso, foi o jogador que mais bateu lances livres na partida (dez, convertendo sete), o que denota uma agressividade louvável.
Mas essa vitória não foi de um jogador. Foi de um esforço coletivo salutar, em que todos os dez jogadores utilizados por De Conti pontuaram. Isso, mesmo: dez jogadores em ação, divididos entre os 11min14s do pivô Adriano e os 27min55s do ala-pivô Felipe. (Uma nota para comemorar: o armador Elinho jogou dez minutos a mais que o norte-americano Jeff Addai). Da mesma forma que quase superaram o Flamengo na rodada de abertura do campeonato. Da mesma forma que já bateram o então invicto Uberlândia e o Tijuca.
Daqui para a frente, o Paulistano já perdeu o status de surpresa (alô, Gonzalo). Seus oponentes vão estar mais ligados (juvenil!?). Tanto melhor: é de duros testes assim que a equipe vai precisar para se desenvolver e seguir na briga pela liderança em alta velocidade, para todo mundo ver.
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