sábado, 26 de novembro de 2011

Uma jornada bizarra do NBB

Papelão. Vexame. Ridículo. Amador. Absurdo. Inacreditável.

Escolha uma.

O que dizer sobre o acontecido na rodada do NBB deste sábado, no Rio de Janeiro? Para quem não viu, no grande clássico do campeonato, o time de Brasília foi para o duelo com o Flamengo, mas não foi. Como assim?

Bem, o técnico José Carlos Vidal alegou que seus atletas estavam preocupados com uma quadra escorregadia e hesitantes em começar a partida. Mas toparam. Depois de cinco ou seis minutos, o treinador decidiu sacá-los para colocar os reservas, e sem volta.

Uma partida que prometia equilíbrio, então, acabou em um vareio para os rubro-negros. Com Marcelinho, Leandrinho, David Jackson, Federico Kammerichs e todo mundo ativo.

A partir daí temos diveras questões, sendo algumas delas as seguintes:

1) Por que o maior jogo do NBB tem de ser realizado no acanhado ginásio do Tijuca, com uma Arena Multiuso disponível? O ambiente do Tijuca é realmente mais convidativo, fácil de chegar. Dá um ar intimista para a transmissão da TV, considerando o risco de um megaginásio vazio lá em Jacarepaguá.

2) Para evitar um ginásio vazio, era preciso que o marketing entrasse na jogada. Mas todas as fichas de marketing da liga está depositada na poderosa Rede Globo, sua parceira de guerra. Numa semana de Fórmula 1 no Brasil, penúltima rodada do Brasileirão... Quem disse que o modestíssimo NBB teria algum espaço? Mesmo em sua programação regular. A culpa é da Globo, no caso? Claro que não. Está na outra parte negociação. De todo modo, não deixa de ser irônico que um troféu "20 anos SporTV" tenha sido apresentado ao final da pelada.

3) Não passou na cabeça de ninguém que a quadra, com tanto calor e gente no ginásio, pudesse ficar impraticável? Num jogo dessa importância? Com a parceira, amiga de fé e irmã camarada transmitindo? Como aceitar um ginásio em que um placar não tem a contagem centenára? Isso não é pitoresco, engraçado. Eu não ri pelo menos.

4) O jogo teria de ser na casa de um dos novatos do campeonato? Qual o plano de contingência para Flamengo e Tijuca daqui para a frente na liga?

5) A liga vai se pronunciar a respeito, né?

6) Do ponto de vista técnico... Dá para ver que Brasília não tem um banco de reservas aproveitável. Depende muito do quarteto de selecionáveis e de algumas peças complementares. Numa eventualidade de lesões, seu padrão deve despencar. O pivô Ronaldo é interessante, pelo porte físico e a disposição, mas é mais um caso de falta de fundamento claríssima,  como o do armador Raphael.

7) Com um coletivo de luxo pela frente, o que tão de "espetacular" se via em quadra, para o comentarista gostar tanto? Ao menos ele acertou na mosca ao questionar o comportamento do técnico José Carlos Vidal, que "abandon" de fato seu time em quadra. Ele só dirige uma equipe quando tem seus melhores escalados? Que raios. Ajuda a explicar um pouco a situação de garotos como Ronald e Raphael.

8) Imparcialidade em jogo. De novo, o melô do pouquinho. Gente, não foi culpa de Vidal, está acima disso. Não foi apenas uma "situação esquisita".

Foi algo entre... Papelão. Vexame. Ridículo. Amador. Absurdo. Inacreditável.

Já escolheu a sua?

3 comentários:

  1. Caro Giancarlo,

    Primeiramente parabéns pelo blog e pelos comentários. Enfim hoje me senti confortável pra vir aqui comentar. Venho aqui pra dizer que de tudo o que você falou nesse post, fico só preocupado na facilidade em afirmarmos a "limitação técnica" de dois garotos que foram "jogados aos leões" em quadra. Se entrando poucos minutos eles já sentiriam dificuldades, seja por limitação técnica ou por também falta de experiência de jogar um jogo nesse nível, o que dizer de jogar 35 minutos então?

    Venho dizer isso tudo,pois fiz parte da formação destes meninos,sei de suas dificuldades, mas também sei do potencial que possuem e sei do quanto é difícil fazer trabalho de base fora de grandes centros e apostar em novos nomes.

    Penso que suas dificuldades foram maximizadas diante de uma situação como você mesmo disse, bizarra e inesperada por eles.

    Torço pra que eles tenham tirado algo de proveitoso desta experiência. Não os acompanho mais, mas peço que dê uma olhada em suas estatísticas na LDO (uma situação mais próxima do real) e veja que na faixa etária em que atuam, eles são jogadores com potencial e no qual torço muito pra que possam dar certo.

    Grande abraço e parabéns mais uma vez pelo trabalho.

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  2. Olá, Rodrigo,

    Obrigado pela leitura e pelos elogios.

    Sei que um só jogo contra o Flamengo, naquelas condições, não era a um cenário ideal, e a intenção aqui nem é fazer nenhum julgamento, algo definitivo e sumário. Primeiro, por serem tão jovens (cada semana treinando deve representar um passo na direção certa); segundo, por este escriba aqui mesmo não ter nenhuma formação técnico-tática superior. São mais alguns palpites de um curioso pelo esporte do que qualquer coisa além disso.

    Acho muito interessante que o time adulto de Brasília, que poderia ignorar os mais jovens, pensando 100% no título, venha abrindo espaço valioso a jogadores de sua base. É fundamental para a vida do clube isso. Espero que eles possam voltar a jogar em partidas importantes e, melhor, em condições de CNTP, assim com o Ronald teve na estreia diante em Joinville. Seu porte físico, vigor e disposição para brigar com gente muito mais tarimbada já são dignos de nota para alguém de sua idade.

    Abraço,
    Giancarlo.

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  3. É isso aí Giancarlo,

    Também torço pra que eles continuem entrando, mas como opções reais,né?

    Grande abraço e mantenha o pique por aqui.

    Abraço

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