Antes da criação do VinteUm, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers.
Como já mencionado neste espaço, a leitura do site HoopsHype é obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo absurdo de informação oferecido diariamente, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo. As novelas das negociações de LeBron James e Carmelo Anthony foram certamente as líderes em manchetes nos últimos anos desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo.
Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.
Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.
Agora chega de introdução:
Procurando o que fazer com as crianças |
Tem gente que faz ou só sabe fazer muito pouco da vida. Estou habituado lê o HoopsHype o dia todo. Há aqueles que pasam o dia todo no sofá e aqueles que, vai entender, ficam o dia todo malhando. Jogadores de basquete, por outro lado, estão habituados a... Jogar basquete e pouco mais. No caso da turma da NBA, o lo(u)caute que se arrasta de modo sôfrego força a rapaziada a se mexer. Alguns conseguiram emprego no exterior e seguem batendo sua bolinha. Outros ainda estão indecisos, sem saber que rumo tomar. É o caso de nosso Ron-Ron.
Vira e mexe, ele aparece inspirado no Twitter pra desabafar, nos contar qual o seu paradeiro e tranquilizar – e divertir, claro – a todos. Desta vez ele admitiu que está fulo da silva com a paralização da liga e saiu a desafiar os donos dos clubes a uma série de jogos um contra um. Seria interessante saber o que ele faria com Michael Jordan, não? Para Mark Cuban, o bilionário fanático proprietário do Dallas Mavericks, o pedido foi para uma disputa de queda-de-braço. Algo bem maduro.
Tudo isso tem um motivo: "Quero jogar em vez de cozinhar. Estou parecendo uma dona de casa de Atlanta", confessou. Bem, convenhamos: a ideia de um Artest trajando avental e preparando tortas de maçã de fato não é das mais absorventes. "Sinto falta de dar airballs e de driblar a bola na minha perna, e o Kobe falando: 'Ronny, pare com isso'", completou.
Depois de flertar com um clube da Inglaterra, apesar desta falta que lhe faz o basquete, Ron-Ron hoje afirma que não pensa mais em sair dos Estados Unidos. Suas preocupações, de um modo surpreendente, são muito maiores, e cai por terra a frase besta acima de que jogador de basquete só faz jogar basquete. "Se formos bater uma bola no exterior enquanto o locaute não acaba, isso ainda não vai contribuir para o futuro da América", disse. "Prefiro visitar escolas e falar da importância da educação do que caçar jobos de basquete se o locaute nunca terminar."
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