quinta-feira, 15 de março de 2012

Se arrependimento matasse

Sai Nenê, entra JaVale em Denver
Foi no dia 14 de dezembro – lembram??? – que o Denver Nuggets comemorou a renovação de contrato de Nenê. Um contrato pra lá de generoso, de quebrar a banca. Celebraram a lealdade e tal. Não levou nem três meses para bater aquele remorso. Nesta quinta, no apagar das luzes, na úúúúúúúltima troca da temporada, o clube do Colorado resolveu fazer do pivô brasileiro um vizinho de Barack Obama, o presidente basqueteiro. 

Isso: Nenê vai arrumar as malas e despachar para a capital dos EUA, no que , imagino, seja um duro golpe. Lembrando: o jogador estava acomodado em Denver, com filho recém-nascido, numa cidade de ótima qualidade de vida. 

Por outro lado, não dá para ignorar o fato de que o paulista de São Carlos se esbaldou de brincar com as emoções dos torcedores e dirigentes de Denver na pré-temporada, negociando com uma série de clubes até tirar o último centavo em seu novo contrato. Negócios são negócios. 

Em Washington, Nenê vai encontrar uma situação completamente diferente do que tinha em Denver. Um time em reconstrução, ainda muito longe dos playoffs – nem técnico oficial tem, já que o interino Randy Wittman só está tapando buraco nesta temporada. Lá, terá como principal parceiro o armador John Wall, muito promissor, mas ainda uns passos atrás dos grandes nomes da liga. Ao seu lado, no garrafão, vai ter o força-bruta Trevor Booker e o passivo e ultravaiado Andray Blatche, inimigo público entre os torcedores do Wizards. O brasileiro vai ter de se contentar com isso por enquanto. 

E agora, Colorado?
Ao colocar Nenê na estrada, o Denver praticamente zerou seu investimento pesado no pivô e agora tem a chance de direcionar seus recursos para outras vias – talvez o ala Wilson Chandler, ainda sem contrato e preso num limbo estranho do mercado da liga. Sobre JaVale McGee, já falamos aqui. Um jogador de potencial absurdo, um dos maiores freaks da NBA, mas um notório cabeça-de-vento, como o vídeo abaixo sublinha:


É impagável. A bola ainda está em jogo em seu ataque e ele corre para a defesa crente de que havia convertido seu arremesso maluco. Pobre John Wall, que fica olhando sem entender nada. 

As atuações de Timofey Mozgov e Kosta Koufos, dois jovens e gigantes pivôs nesta temporada, e, em especial, do energético novato Kenneth Faried, enquanto o brasileiro estava lesionado, também pesaram na decisão. Você ainda soma o grafitado Chris Andersen na conta, e o George Karl tem uma boa cobertura. 

Nenhum desses jogadores é tão completo como o pivô brasileiro, mas o conjunto oferece opções suficientes para Karl manter o Denver na disputa pelo Oeste, de um modo muito mais barato. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário