Aqui no QG do VinteUm, fugindo do sol que vem pesado pela janela, e, creiam, é um milagre que esteja fazendo sol em São Paulo em janeiro de 2012, assistimos novamente a um estrangeiro mostrando ao batalhão nacional como se deve marcar Marcelinho Machado. Requer preparo físico, disciplina e disposição para contato. Quem topa?
Depois de Robert Day, pelo Uberlândia, dessa vez foi Juan Figueroa o distinto gringo, numa decisão interessante por parte de Claudio Mortari, que optou por um jogador mais baixo, mas mais veloz (e aplicado) para a missão. Deu certo. O argentino acompanhou o veterano brasileir, um ou dois passos mais lento, encarando todos os corta-luzes fora da bola, sem deixar o jogador confortável para recebê-la e atirar.
(É de ficar pasmo que ninguém entre o experiente ala, o armador Hélio ou o treinador argentino Gonzalo Garcia tenha notado o que se passava em quadra e decidido por uma simples jogada que deixasse Marcelinho isolado com o tampinha argentino próximo ao garrafão seria um modo de contra-estratégia).
No primeiro tempo, Machado ia passando batido até o fim do segundo quarto, devidamente contestado, até conseguir anotar uns oito, nove pontos nos dois minutos finais. Com o decorrer do jogo, a estrela rubro-negra escapou mais vezes, procurou diversificar mais seus movimentos e terminou com 22 pontos em 37 minutos, convertendo sete de seus 13 arremessos. Enquanto teve Figueroa em seu encalço, porém, seu rendimento foi muito fraco.
Figueroa, que encontrou o camarada Kammerichs, dessa vez teve papel primordial na defesa |
No geral, contando os números até a rodada deste sábado, Marcelinho era o quinto principal pontuador do campeonato, com 18,92 pontos, convertendo 50,83% dos que tenta. Em qualquer liga de ponta, esse seria um número deveras respeitável. Acontece que ainda estamos longe de chegar lá, e o número perde bastante de sua força quando comparado com os demais cestinhas da temporada.
Vejamos seus companheiros regulares de Seleção: a) Murilo tem 20,93 pontos e 60,27%. Marquinhos, 20,27 e 60,68%. Alex vem ainda melhor, com 17,69 e 61,1%.
O fominha Kevin Sowell lidera a tabela, com 21,17, com um aproveitamento de 54,74%. Shamell e Fischer, quarto e sexto colocados e outros dois jogadores notórios por forçar seus chutes sem estresse algum, têm, respectivamente, 55,66% e 54,83%. Para completar e piorar, David Jackson encestava 73,48% do que tentava. Na verdade, entre os 25 cestinhas do NBB, apenas um, o argentino Luciano González, com 50% cravados dos pontos que tenta, vinha com um aproveitamento inferior ao do capitão flamenguista.
Neste sábado, o que se viu em quadra ajudou a explicar um pouco esses números. Individualmente, Shamell e Marquinhos, pelo Pinheiros, foram dominantes, atacando seus defensores, cada um ao seu modo, e se aproximando da cesta com facilidade. Do outro lado, o camisa 4 penava para se fazer relevante.
Os dias de cestas (nem tão) fáceis para Marcelinho em quadras brasileiras, se a concorrência estiver atenta, podem ter terminado.
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