Os melhores momentos relacionados ao basquete em Washington nestes dias só haviam acontecido em torno do presidente Obama, seja recebendo os campeões do Dallas Mavericks ou com seus palpites antenados sobre o que se passa na modalidade, elogiando Derrick Rose, estrela de seu Chicago Bulls. Enquanto as eleições presidenciais dos EUA não chegam, ele faz o que quer, ué. Nesta terça, ele vai poder, enfim, falar bem do Washington Wizards.
Única das 30 franquias da NBA a não ter vencido nenhuma partida sequer nas duas primeiras semanas da temporada – as outras 28 já conseguiram no mínimo dois triunfos, até mesmo os fominhas do Sacramento Kings que têm uma esquálida marca de apenas 14,2 assistências por jogo –, a equipe da capital norte-americana entrou em quadras com o moral destroçado após oito reveses consecutivos, mas enfim conseguiu respirar aliviada ao final dos 48 minutos ao bater o Toronto Raptors por 15 pontos em casa.
Não vamos esperar as declarações dos vestiários, mas dá para cravar que elas certamente serão diferentes dessas aqui:
"Significa que somos perdedores", afirmou o ala novato Chris Singleton.
"É difícil ficar sentado no banco e assistir aos outros jogando e jogando mal", disse o outro calouro do time, o tcheco Jan Vesely, que vai se tornando uma fonte predileta do Washington Post pela cara-de-pau. Nesta terça, ele também deu passos largos (típicos para ele) para se tornar um dos favoritos da torcida, com muita energia na defesa, roubando ou desviando uma série de bolas.
"Quando você está jogando deste jeito, é difícil até mesmo cruzar o olhar com outra pessoa", resumiu o técnico Flip Saunders, que já não sabe mais o que fazer com um elenco que estaria na linha dos mais promissores da liga. Não parece o caso.
Valores individuais não faltam. Mas individualismo também tem de sobra. O dia em que os alas Jordan Crawford e Nick Young receberem a bola e pensarem primeiro no passe talvez seja o mesmo em que os espiões da CIA enfim encontrarão armas de destruição em massa no Iraque. JaVale McGee esperneia ao pedir a bola no garrafão, mas seu jogo de costas para a cesta faz Nenê parecer Hakeem Olajuwon. Andray Blatche é caso especial, um erro prestes a acontecer, com ou sem uniforme, mesmo quando quer ajudar.
Vejam o que ele diz em defesa de Saunders: "Nossa comissão técnica nos dá informação suficiente sobre o próximo advserário. O Flip está fazendo seu trabalho definitivamente. Mas não sinto que todos estejam escutando e seguindo o que ele vem dizendo ou fazendo o que ele nos quer ver fazendo". Quer dizer, ele até dá as instruções, mas o time não está nem mais aí para nada? Valeu, amigão.
Acompanhado de tanta gente pirada ou perdida, o armador John Wall, um dos prodígios da liga, vinha se apresentando mais deprimido a cada entrevista. Afinal, seu time havia errado 65,5% (!!!) de seus arremessos até esta semana, mesmo encarando talvez o trecho mais fácil de tabela que poderia ter.
Uma vitória serve para alegrar o rapaz um pouco. Mas ainda há uma árduo trabalho pela frente para o clube, tanto a curto como a longo prazo. De imediato, vão ter de se virar com uma sequência de duelos com Chicago, Philadelphia (duas vezes), Houston, Oklahoma City, e Denver Nuggets. Segura. Pensando longe, é o que disse um dirigente de uma franquia do Leste, ao Post, sem ter seu nome revelado: "Vai ser duro. Gostaria que alguém pudesse segurar a mão de Wall enquanto ele passa por isso, porque vai ser duro".
Só não peçam que Obama também cuide disso, ok?
Só não peçam que Obama também cuide disso, ok?
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