Selecionável contra selecionável: Alex diante de Murilo em jogo caótico. Crédito: LNB |
Pode falar que trabalha contra, que só vê o copo meio vazio sempre.
Como ignorar a história de um final eletrizante, com um prodígio se redimindo de seus erros no minuto final e conduzindo sua equipe ao triunfo? Contra os atuais campeões?? Fora de casa??? E vai falar mal de tudo ainda?!?!?!?!?
Vai, sim.
Foi uma eletrizante vitória de São José para cima do Brasília? Foi. Foi uma bela vitória de São José para cima do Brasília, Desculpem, mas não.
Em determinado momento do terceiro quarto, o time do Vale do Paraíba já tinha seu oponente praticamente nocauteado.
Mas a inconsistência, a inconsequência praticada pelos clubes brasileiros parece impedir, proibir que exista uma vitória enfática no campeonato. Gera equilíbrio, pega bem para o espetáculo (midiático), mas, na hora de opinar aqui, nada disso importa.
Um minuto final de jogo não pode apagar os outros quatro, 17 ou 39 que passaram. Fica a impressão que isso já foi escrito antes, mas não vale acusar de autoplágio: para o garoto Ricardo Fischer virar um herói, ao roubar uma bola no fim, fazer a bandeja, sofrer falta e virar o jogo no lance livre (bravo!)… Para São José virar o jogo de modo dramático … Foi preciso que o mesmo Fischer e todo o time se atrapalhassem em quadra.
(Pausa obrigatória e alarmante para avaliar a lambança de Brasília: por onde começar? Como pode o time mais experiente do campeonato, ao lado do Flamengo, não conseguir executar uma reposição de bola no meio da quadra? Guilherme Giovannoni estava batendo o lateral. O atual MVP, escaldado de Europa e Seleção. O atual campeão, com três "heróis" pré-olímpicos. É desses que estamos falando).
Agora voltemos ao garoto Fischer, que já foi soberano na base paulista. Inegavelmente um talento, ligeiro e atlético que só, pode atacar de diversas formas, inclusive com um chutinho em flutuação bem trabalhado para alguém da sua idade. Sobrecarregado pelo desfalque de Fúlvio e pela péssima noite de Matheus, se virou como pôde e em diversos lances mostrou seu potencial – sete assistências, cinco rebotes e quatro tocos.
No entanto, quando a corda apertou no período final, justamente por não ter ainda a capacidade de ditar o ritmo de uma partida – e também pela falta de controle emocional generalizada de sua equipe –, o jogador se perdeu num carnaval de decisões equivocadas com a bola, confundindo personalidade com irresponsabilidade.
Bacana que ele tenha feito a bola que fez no fim, só mais uma prova de seu talento. Nesta cultura que o NBB não sinaliza mudar, porém, essa é uma forma de educação perigosa.
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