terça-feira, 24 de abril de 2012

Meu pé de laranja lima




Que time de Limeira é esse que vimos no NBB 2011-12? Certamente não lembra em nada aquele campeão paulista em 2010. 

A despeito de uma escalação com três armadores (ou supostos armadores) ao mesmo tempo em quadra – Tatu, Benite e Ramon –, nesta terça o que se pôde constatar foi um time excessivamente individualista, com muitas posses de bola gastadas em arremessos forçados e descabidos. Tipo: jogada individual iniciada no drible um-contra-um que terminam com um arremesso em giro para trás a um passo da linha de três pontos. 

Dois anos atrás, o que vimos foi um time unido disposto a sacrificar números em prol de um objetivo comum, e não era apenas mera falácia. Víamos um Tatu endiabrado se atirando por bolas perdidas no chão, um Diego lutando por rebotes com jogadores muito mais altos, como exemplos de uma equipe toda preocupada em parar os adversários e se afirmar em quadra, ainda que nem sempre consistentemente. Obviamente não era uma superpotência dominante, não é isso que vamos recuperar. Mas era um time, ainda assim. 

Hoje Limeira se exibe muito mais como um apanhado de bons jogadores que não tiveram soma ou liga alguma. Algo estarrecedor ainda mais quando se leva em conta que há uma base fixada por lá há um tempo. Neste último jogo de playoff contra Joinville, porém, só vimos regressão, como a condição de c o m p l e  t a m e n t e alienados dos alas Diego e Jhonatan, cada um talentoso do seu modo – um tem a manha, o outro a capacidade atlética. 

Ainda assim, claro, como não poderia deixar de ser no NBB espetacular, faltando dois minutos, Limeira ainda teve chances de vencer a série. É tudo muito espetacular, mesmo. 

Só vale o convite, depois do confete, para pensar o seguinte: dois anos atrás quem estava sendo endeusado como um sopro de sabe-se lá o quê? Quem foi promovido a assistente da Seleção principal porque se mostrava como o futuro da classe? E o que está acontecendo – ou acabou de acontecer, saca? – agora, em 2012, com outro personagem?

Todo mundo está sujeito a altos e baixos. Só é preciso calma antes de entregar o certificado de gênio.

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