terça-feira, 24 de abril de 2012

Portas abertas e treino fechado




Olha, tivemos Ruben Magnano ao vivo no SporTV nesta terça-feira. Embora não tenha sido confrontado com a gafe do presidente da CBB em São Carlos*, quando falou em alto e mau tom que o Nenê Hilário estava convocado, e tenha afirmado "que eles (+ Leandrinho) ainda não estão convocados", nas entrelinhas tudo realmente leva a crer na presença da dupla na pré-lista para Londres 2012. 
"Só eu sei o que falei cara a cara com Nenê e Leandrinho. O que disse e o que eles me disseram." 
Com essa, o argentino dá a entender que está imune a especulações, avaliações e cornetagens em torno da famigerada dupla. Vai fazer aquilo que lhe der na telha, e pronto. Por outro lado, Magnano, como manda-chuva, sabe os trunfos que têm em mão. Dessa vez, é o técnico que está no controle da situação, e, não, os jogadores:
"Ninguém tem a porta fechada. Não falo que sejam jogadores fundamentais, ou que existam jogadores fundamentais. A única coisa fundamental é a equipe. Nenhum nome próprio está acima. São jogadores muito importantes, que estão na NBA, mas não fundamentais."
"Falo quando tenho que falar com o atleta, e ponto. Estou preocupado com o que acontece com eles, os assisto sempre, mas não quero atrapalhá-los quando estão lá. Muitas vezes aconteceu na minha história como treinador de seleções, de ver muitos atletas que mudam totalmente do clube para a seleção, para o bem ou para o mal. Quero ver sempre o jogador treinando comigo e ver como reage a isso."
"O importante é a capacidade de aceitação do jogador, de aceitar quem está perto de você, para que a equipe cresça. Se você tem atletas de muito nível com essa capacidade de se doar, bem-vindo seja. Quando você tem comprometimento e qualidade, se põe isso a serviço da equipe, bem-vindo seja. É o que penso, e não é muito fácil de fazer: deixar a vaidade de lado. Quando for inteligente emocionalmente, resolve."
Muito disso Magnano já havia falado de um modo ou de outro, desde que assumiu a Seleção. Afinal, o drama envolvendo a dupla é perene. Mas a impressão, nas nossas contas, é a de que ele foi um pouco além, ficando um aviso, um recado, claro. Nenê e Leandrinho vão ser avaliados de perto e precisarão ser bons soldados, obedientes e amistosos. Como eles vão se integrar com os outros atletas – e, tão importante quanto, como os atletas vão interagir com o par também – é a questão a ser monitorada pelo comandante.

escrevemos sobre a química da Seleção, ainda mais depois dos rompantes de Alex Garcia em Mar del Plata, e essa dinâmica, claro, não escaparia do veterano campeão olímpico. 

Nunca, então, os treinos fechados fizeram tanto sentido assim para Magnano.

*PS: bom, Marcos Peres, ótimo repórter direto de Nova York, mencionou o assunto, e o argentino bateu o pé e disse que a convocação nem sua esposa consegue, mas depois se esquivou também: "Precisa ver se é isso que ele disse mesmo".

Nenhum comentário:

Postar um comentário