Os jovens... Ou melhor, os jogadores do Paulistano tentam frear Fúlvio |
Neste sábado, na derrota contra o São José, o Paulistano escalou o armador Elinho, de 22 anos, por 36 minutos. O ala Alex, um cavalo que deveria atuar ainda mais perto da cesta, onde sua capacidade atlética é praticamente incomparável considerando seus oponentes, jogou 33 minutos e tem 28 anos. O escolta Pedro recebeu 27 minutos e tem 24 anos. Felipe, veterano que tem um papel fundamental no time, é o mais experiente da turma, com 32 anos – ficou em quadra por 25 minutos, fazendo uma dupla interessante ou se alternando com Renato, que tem 24 anos e jogou também 24 minutos. Foram dois minutos a mais que o paraguaio Araújo, de 29 anos. O outro pivô do time, Adriano, tem 29 anos e jogou 11 minutos. Essa foi a rotação da equipe no Vale do Paraíba, completada pelos 16 minutos de Addai, 27 anos.
A intenção aqui não é fazer uma média de anos por minuto jogado, número que, mesmo em tempos de expansão da avaliação estatística, não faz o menor sentido, né?
Na verdade, o ponto é abordar um mito. Sabe quando uma frase é repetida à exaustão que acaba se tornando uma verdade? Acabamos correndo o risco de repeti-la sem nos darmos conta, e pode incluir aí VinteUm também.
A frase no caso: "O jovem time do Paulistano".
Contra o São José, a equipe que esteve em quadra tem média de idade de 27 anos. Comparada com outras rotações (Brasília e Flamengo, por exemplo), essa rapaziada seria mais nova realmente. Mas, até onde eu sei, 27 anos, no basquete, não é exatamente o que pensamos quando falamos em juventude. Mesmo com Eddy e Paulinho em quadra, a média seria de 26,3, o que dá na mesma. A média poderia cair com Arthur Casimiro, que foi estudar e jogar nos EUA, o ala-pivô Erick e o armador Thiago. Os três chegaram a disputar alguns jogos importantes na temporada, mas, com todo mundo em forma, dificilmente teriam grande papel nesse elenco.
Derrubar esse mito não quer dizer que o trabalho seja uma porcaria – a montagem do elenco é admirável, considerando que seu orçamento não é dos mais volumosos, e aí precisa ser inteligente na hora de contratar: e palmas pela assinatura de Alex e Renato, dois desses jogadores nada badalados no mercado nacional, que jamais (dizem) poderiam defender uma Seleção bablabla etc.
Mas também não dá para apelar tanto à estirpe de Cinderela. Então fica o convite para aqueles valentes fanáticos que acompanham o NBB com afinco que passem a avaliar o time da capital paulista como um clube competitivo do campeonato e, não, como os garotos que se superaram.
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