terça-feira, 24 de abril de 2012

Popovich, técnico do ano

Popovich, coach of the year, Spurs, Ginóbili
Popovich, em momento moleque com Manu
Tal como Phil Jackson, o treinador mais vitorioso de sua época, Gregg Popovich foi vítima de seu sucesso. Com quatro títulos da NBA, ele recebeu apenas uma vez o prêmio de melhor treinador da liga norte-americana, em 2003. E não que ele se importe, mas acho que chegou a hora de ganhar o segundo. 

Quando muitos (oiê!) acreditavam numa derrocada da franquia texana, Popovich fez um trabalho extraordinário. Com um elenco extremamente renovado em torno de sua base central composta por Manu Ginóbili, Tim Duncan, Tony Parker,  e ainda tem a chance de assegurar a melhor campanha do ano. Por outro lado, garantiu seu quinto título do Oeste, e fica um aviso para os fãs de Lakers, Thunder, Bulls, Heat: sempre que o Spurs faturou sua conferência, foi campeão no fim.

Nem mesmo os brasileiros podem questionar o que Popovich planejou desta feita.  Tiago Splitter foi inserido, com muito sucesso, na máquina. Mas ele não foi a única adição: Danny Green e Kawhi Leonard entraram no quinteto titular como se estivessem ali há tempos. Em mais alguns ajustes, incomuns para o clube no meio do percurso, Richard Jefferson foi enfim despachado, Boris Diaw e Stephen Jackson se encaixaram com muita facilidade, Tim Duncan foi preservado, Tony Parker segue acelerando. O único asterisco fica por conta da saúde de Manu Ginóbili, o que já virou uma constante ao discutir esse time.

Seu elenco é mais leve (apesar de Diaw, hehehe), tem um ritmo bem mais acelerado do que o da década passada, mas não se engane: o arroz com feijão do Spurs ainda consistem em pick'n rolls desenvolvidos por Parker e Manu (e Gary Neal, como se não bastasse), no qual Splitter, para espanto de ninguém, desabrochou. Para complicar as defesas, vários chutadores de três fazem parte da rotação, lucrando com eventuais dobras ou falhas de cobertura. Daí saem mais de 23 assistências por jogo, quarta melhor marca da liga, e 103,5 pontos, segunda melhor.

Não teve muito o que tirasse o Coach Pop do sério nesta temporada
Alguns fatores vão testar, contudo, a capacidade de Popovich:

- Com jogos mais lentos e físicos, o Spurs pode ficar vulnerável em seu garrafão, e aí vamos ver o quanto Duncan ainda pode render, agora sem motivo para ser preservado;

- Os adversários terão mais tempo para planejar suas defesas, desenhando um sistema para conter Parker e suas infiltrações 

- Intervalo mais espaçado entre os confrontos, que proporciona maior tempo de descanso para os jogadores e acaba por minimizar um pouco o elenco volumoso dos esporas. Uma rotação mais enxuta, de oito ou nove atletas, deve dar conta do recado, enquanto na temporada brutal que testemunhamos cada corpo extra era uma vantagem. 
  
- Ginóbili vai chegar inteiro e em forma?

Os playoffs são outro jogo, claro. Nos primeiros 66, Popovich foi quem melhor administrou sua equipe. 

Menções honrosas: Tom Thibodeau, por que sua defesa é das mais sufocantes que a NBA já viu e seus comandados no Bulls jogam tudo o que podem até em amistoso, Doc Rivers, que soube revigorar seus veteranos em Boston e abriu a cabeça para aproveitar peças que ninguém esperava, e Lionel Hollins, que ficou sem seu certinha Zach Randolph e refez toda sua rotação com atletas medíocres, mas sem permitir que a consistência ofensiva e defensiva do Grizzlies fossse abalada.

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