quinta-feira, 26 de abril de 2012

Uma espiadinha




Dá para encarar o que vem abaixo como choramingos de um comentarista frustrado? Ô, se dá. 

Ou pode ser lido como o desabafo de um telespectador que se importa com o que se diz do outro lado. No caso, o último embate entre Joinville e Limeira, com a classificação merecida do time catarinense.

Vemos novamente essa figura um tanto indefinida, que transita entre ser comentarista, técnico e torcedor. Não dá. Uma coisa é ser entusiasta do basquete, outra é perder o juízo na hora de se avaliar o que se passa em quadra e nos bastidores da modalidade. 

Gasta-se adjetivos sem o menor apreço pelo bom senso. Tudo é extraordinário, espetacular, sensacional, fenomenal, esplendoroso. E vai evocar também o "Mestre Zagallo" a troco de quê, gente?

"A simpática equipe do Mengão!", exclama alguém que considera que tudo, mas que absolutamente tudo no basquete nacional é ouro. 

Aí vem aquela alternância básica em quadra. O que era para ser uma lavada vira emoção no placar. A diferença despenca, e jamais isso poderia ser explicado pelo fato de um time estar atacando mal ou defendendo bem. 

"Basquete é extraordinário pelas alternâncias", ouvimos, como se não houvesse beleza na consistência. Pois, afinal, está tudo, absolutamente tudo sendo "muito bem jogado". Todos são monstros, extraordinários, fabulosos.

Vem cá: o problema não são os elogios, o problema é banalizá-los. Se todos são fabulosos, quem se destaca?

E fala-se da pluralidade do esporte, que não há predomínio paulista. Gente, há quanto tempo é assim? Qual foi o último campeão paulista do NBB? Nem teve.  Por que inventar uma realidade para enaltecer algo que já é senso comum?

Seguimos assim, furta-cores, otimistas, para descolamos nosso próximo emprego. Afinal, desagradar a quem e por que motivo? Tanto ao empregador de hoje, parceiro comercial da liga, como a futuros empregadores? 

Sai dessa, cara. 

2 comentários:

  1. Muito bom Giancarlo.

    Realmente os comentários do sujeito dessa coluna, não sei nem se o adjetivo mais correto seria esse, beiram o burlesco.

    Ruim é pocuo

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  2. Parabéns Giancarlo!
    Excelente texto. Crítica sutil sem deixar de ser direto.
    Esse é o nosso basquete "profissional". É assim que ele sobrevive.
    Uma pena.
    Abraço

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