Olivinha vai precisar jogar muito mais em Brasília |
Para os heróis que acompanham o blog nesses últimos meses, deve ter ficado
claro que não se morre de amores pelo ala Shamell, do Pinheiros, aqui no QG 21.
De todo modo, sua grave lesão é lamentável, e o clube está de parabéns por ter
efetivamente renovado seu contrato para a próxima temporada, a despeito da
probabilidade de ele passar um longo tempo afastado de quadra. Um gesto de
grandeza.
Agora, correndo contra o tempo, tentamos aqui uma análise rápida
sobre a vida do time paulistano sem o norte-americano para o decisivo confronto
com Brasília logo mais, na Capital Federal.
Shamell é o cestinha de Mortari, mas a ironia é que sua presença
pode ser mais sentida na defesa. A despeito de seu desempenho inconsistente, variando
não só de uma partida para a outra, como de um quarto para o outro, ele dispõe
de atributos físicos – agilidade, tamanho e capacidade atlética – que lhe
permitem uma defesa segura contra o Alex.
Sem o ala, com um elenco desequilibrado, quem Mortari vai colocar
nessa empreitada? Marquinhos não tem o perfil ideal e vai precisar de um
respiro para carregar o time do outro lado (também é preciso cuidado para não
carregá-lo de faltas). Renato já não tem o preparo necessário para conter o
ex-companheiro tampouco. Paulinho é mais baixo, muito menos atlético e também
nunca foi celebrado por sua consciência defensiva. Figueroa teria de lidar com
o Nezinho. Faz falta mais um bom e atlético ala reserva no time, e o filho do técnico
não se encaixa aqui.
Do ponto de vista da marcação individual, então, se bem explorado
pelo oponente (coisa que não aconteceu no decorrer do terceiro jogo em São Paulo,
registre-se), a vida da defesa do Pinheiros pode ser dificultada. Variações em
seus sistemas e muita aplicação se farão necessários.
No ataque, um Shamell inspirado pode decidir qualquer jogo de NBB.
Assim como um Shamell achado-que-está-inspirado, só que a favor do oponente – naqueles
dias em que o americano chuta de três pontos a dois passos da linha, isso
depois de ter batido bola por uns 20 segundos, sem ter feito sequer um passe.
Se Mortari souber trabalhar a cabeça de seus jogadores, o Pinheiros
pode ganhar em movimentação de bola, o que ajudaria a pulverizar os pontos
costumeiros do ala por todo o seu elenco. Marquinhos deve naturalmente puxar a
fila, mas sem forçar a barra. Renato, Figueroa, Paulinho e Fiorotto também podem render mais.
E o Olivinha? Esqueceu?
Não, este é um capítulo especial. No jogo 3, o ala-pivô foi
completamente dominado por Guilherme Giovannoni, em todos os sentidos. Nesta
sexta, ele precisa dar uma resposta imediata. Seu time precisa disso, ainda
mais considerando o outro desfalque: Morro.
Jogando em casa, com um time aparentemente inteiro, o Brasília é
favorito para fechar a série. Só não dá pra cravar nada: as intempéries do NBB
não permitem isso.
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