Nick Collison não quer saber de ganchinho de Splitter: falta nele |
Gregg Popovich não faz questão de ser simpático diante de
jornalistas. Diante de torcedores. De adversários, quanto menos.
De formação militar, um excelente tático-estrategista, que vai
pensar em todas as estratégias possíveis, mesmo aquelas que não pareçam muito
legítimas, para derrotar seu oponente.
Daí vêm as faltas intencionais, mesmo sem bola, do Hack-a-Shaq nos
embates históricos contra o Lakers no início dos anos 2000 para mandar o
gigante para a linha de lances livres, onde ele pagava todos seus pecados.
Pop, na verdade, só seguiu os passos de um de seus primeiros
“chefes” no basquete profissional, o doidão, cabeça aberta e ególatra Don
Nelson, que gostava de revezar até quatro pivôs do Mavs para descer o porrete e
irritar (e torturar) O’Neal.
Mesmo quando seu time é evidentemente superior, como no duelo com o Clippers
na segunda rodada dos playoffs do Oeste, o técnico do Spurs não hesitou em
fazer o mesmo com Blake Griffin ou DeAndre Jordan.
Agora, ele tem de aplaudir Scott Brooks, treinador do Oklahoma City
Thunder. O pior: testemunhamos pela primeira vez um Hack-a-Splitter.
No terceiro período, para tentar conter aquilo que se tornava um espancamento
em quadra, Brooks ordenou que seus jogadores fizessem faltas no pivô
brasileiro, notoriamente irregular nos lances livres. Eles obedeceram: foram
cinco posses de bola seguida do Spurs que terminaram com o loiro chutando na
cabeça do garrafão.
Popovich elogiou: "Foi uma boa ideia". Pudera. Depois, completou sarcasticamente: "Nunca fiz isso antes. Foi uma coisa nojenta de se fazer. Faltou espírito esportivo".
Popovich elogiou: "Foi uma boa ideia". Pudera. Depois, completou sarcasticamente: "Nunca fiz isso antes. Foi uma coisa nojenta de se fazer. Faltou espírito esportivo".
Com sua mecânica remodelada, Splitter vinha em sua melhor temporada
na linha em muito tempo, com 69,1% na temporda regular, bem acima dos 54,3% de
seu primeiro ano no Texas. Nos playoffs, porém, o catarinense despencou. Mesmo:
32%. Algo temeroso. Ontem, pelo menos, ele acertou seis em 12.
No Jogo 1 das finais do Oeste, o pivô cometeu um airball feio
daqueles. A partir dali, cada lance livre seu foi comemorado pela torcida do
Spurs como se fosse gol, na tentativa de animá-lo – ao mesmo tempo, o gesto não
deixa de ser bem-humorado também.
O catarinense vem jogando muito bem na defesa,
disciplinado e contestando as poucas investidas dos pivôs do Thunder. No
ataque, seu aproveitamento é de 62,8% nos chutes de quadra, se deslocando com inteligência
e liberdade em pick-and-rolls, sua especialidade. O básico, para ele. Mas os
lances livres são o grande ponto fraco no seu jogo no momento e, na verdade, em
sua carreira.
Se der tempo, é provável que Chip Engelland volte a trabalhar com
Splitter nos próximos dias, para devolver a confiança ao brasileiro. Vamos ver
realmente se ele é um mago do arremesso.
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