quinta-feira, 10 de maio de 2012

A mais pura verdade


Bird nunca foi de ficar muito quieto, nem mesmo como um universitário pelo Indiana State 


Num mundo em que jogadores ganham até 30 mil vezes mais que um técnico ou dirigente, que os interesses corporativos não podem ser ignorados e o marketing apita final, ninguém vai se espantar com o embromation de entrevistas coletivas e zonas mistas. São poucas as exceções que serão francas e diretas em seus discursos. Conte Larry Bird entre elas. 

Pouco antes de seu time, o Indiana Pacers, eliminar o Orlando Magic pela primeira rodada do Leste, o dirigente fez comentários extremamente cândidos sobre o talentoso ala Paul George. 

"Ele está sem confiança no seu arremesso. Posso ver isso. E ele vai continuar com dificuldade se continuar fazendo o que está. Enquanto ele cresce, se desenvolve, tem de ir mais para a cesta. Ele depende muito em chutes de três. Precisa ir para a cesta, saber jogar de costas para a tabela e, mesmo que não pontue, vai atrair dupla marcação e abrir a quadra para outros. Não estou desapontado por isso. Fico desapontado só de vê-lo recusando alguns arremessos, e já disse isso para ele. Isso ele não pode fazer, porque então, basicamente, nosso time estaria jogando em quatro contra cinco."

Não é nenhuma declaração bombástica, humilhante. Mas as palavras são diretas e retas, endereçadas a um jogador que é considerado por muitos como a futura estrela do clube. Não precisaria George, então, de mimos em vez de críticas públicas? Ou, se não for para mimar, não era melhor ao menos tergiversar ao menos?

Para Bird, nada disso importa. Figura implacável com seus companheiros nos tempos de um lendário Boston Celtics, esse capira dos confins de Indiana está acostumado a dizer o que pensa, sem se importar com os pisões no meio do caminho.

Pode não ser o estilo mais popular. Mas, assim e com um bom tino para contratações, Bird reformulou um sofrido time do Pacers, que teve de migrar das insanidades de Ron Artest e Stephen Jackson para ser uma equipe nem mesmo medíocre com Mike Dunleavy Jr. e Troy Murphy para agora, sim, voltar a brigar no Leste. 

Ou vai duvidar?

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