quinta-feira, 21 de junho de 2012

Enfim, a coroa para LeBron

LeBron recebe troféu de MVP das finais das mãos de Bill Russell

Ele já se autoproclamava um rei aos 19 anos.

Rei do quê? Zombavam os críticos com certa razão.

Era o único jogador três vezes eleito o MVP do campeonato sem ter um anel. Teria fugido da pressão de Cleveland, em sua terra natal, Chicago e Nova York para se aliar a Wade, no clube de Wade, de modo cômodo, naquela que seria uma das decisões mais famigeradas nos bastidores do esporte. Havia prometido sete troféus em sua chegada ao Miami sem ter nem entrado em quadra com a nova equipe ainda, num discurso arrogante que não ajudou a reparar sua imagem pública. Foi vaiado de modo inclemente durante toda uma temporada em cada uma das 28 cidades que visitava. Omisso nos jogos decisivos. Era piada na rede.

Bem, esses fatos não serão apagados da história, mas inevitavelmente acabarão minimizados.

Em sua nona temporada, ele enfim ganha a coroa. Com um triple-double (26 pontos, 13 assistências e 11 rebotes), bem ao seu estilo, o ala comandou o Miami Heat na conquista do título da NBA 2011-2012 numa atuação marcante em todos os playoffs. 

Suas médias em 22 jogos dos mata-matas: 30,5 pontos, 9,7 rebotes, 5,3 assistências e 50,1% no aproveitamento dos arremessos de quadra. Mais do que estatísticas, todavia, o que conta é a substância no jogo do astro. Não há marketing que faça justiça ao seu talento. 

Talento que ficou bem claro nesses cinco jogos da final, em que o ala realizou aquilo que aqueles mesmos críticos pediam há tempos: que jogasse feito um trator, que buscasse a cesta de modo agressivo, que impusesse seu físico em quadra. 

Após o fiasco do ano passado, com uma derrota em casa para o Dallas, ele respondeu para valer. Fugiu da linha de três pontos na temporada regular – o arremesso de média e distância seria seu ponto fraco, embora não tão fraco assim e, nos playoffs, tornou seu jogo ainda mais agudo, operando em torno do garrafão. Não houve quem o parasse. 

E não quer dizer que era um show de um jogador só. A maior virtude do jogo de James está no fato de ele ser um dos melhores passadores do basquete – Mike Miller e Shane Battier que o digam.

Vamos além: estamos diante também de um dos melhores marcadores, alguém que enfrentou e derrubou neste ano Carmelo Anthony, Danny Granger, Paul Pierce e, por fim, Kevin Durant em sequência. 

Atacando, marcando e dominando, com uma combinação absurda: força, impulsão, velocidade, técnica e visão, tudo acima da média. Tudo reunido num só atleta.

Tinha tudo para ser o rei, mesmo.

Agora é. Legítimo.


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