sexta-feira, 1 de junho de 2012

Futuro do pretérito

Gustavo e Magnano trabalham para hoje e daqui a quatro anos

Disse o técnico Gustavo de Conti em release da CBB (Confederação Brasileira de Basquete: “Vamos com um grupo muito jovem, mas com potencial imediato, já que jogam frequentemente em seus clubes, e principalmente com potencial para as Olimpíadas de 2016. Esse torneio na Venezuela é o começo de uma preparação visando o futuro. Estamos todos muito animados com o trabalho”.

Um olho aqui em junho de 2012, com um Sul-Americano, e outro lá, quatro anos adiante, com as Olimpíadas em casa, e os torneios que a antecedem.

Conjugando estes dois tempos verbais é que a Seleção dirigida pelo jovem treinador viajou para a Venezuela nesta sexta-feira para a disputa de um primeiro quadrangular preparatório.

Estamos diante de uma estratégia curiosa, da qual Rubén Magnano, presença constante nos treinos, certamente tomou parte. Lembremos também que o argentino tem o contrato renovado (justamente) até os Jogos do Rio 2016. Então resolveu plantar agora já, tal como o projeto que encaminhou para o Pan de Guadalajara no ano passado – com um resultado, sabido e admitido, arriba de desastroso. Não é fácil essa mistura. Jogar por hoje e por quatro anos no futuro.

Com meio time de veteranos disponíveis para reforçar essa tropa de calouros nas próximas semanas, os primeiros torneios servem, mesmo, para introduzir boa parte desse inexperiente grupo ao jogo internacional, quebrando o gelo e colocado a Seleção em suas mentes.

Agora, se os veteranos do NBB vão se integrar perfeitamente ao que está sendo realizado, se o time vai adquirir uma química razoável em tão pouco tempo, disso tendemos a desconfiar. Nem Magnano conseguiu um milagre desses nos Jogos de Guadalajara, tendo assumido erros no planejamento. É verdade que o Brasil, na ocasião, patinou diante de competição um pouco mais forte do que enfrentarão no Sul-Americano. Mas também não era a elite, e todo mundo achava que “dava sossegado para brigar por medalha”.

No Sul-Americano, em termos de objetivos de vaga, não existe a possibilidade de “desastre”, a não ser que passe pela cabeça de alguém a derrota para o Paraguai ou a Bolívia. Passando ao lado do Uruguai para a segunda fase, a Copa América está garantida.

Agora, seria mais confortante, claro, se a rapaziada deslanchasse e completasse um ‘Grand Slam’ para Magnano: que assegurasse vaga, vencesse o campeonato continental e, no meio do caminho, afirmasse seus jovens talentos e ainda desse opções para o técnico puxar para a turma olímpica.

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