sábado, 23 de junho de 2012

A reviravolta de Faverani

Faverani sobe para a cravada
Segundo a imprensa espanhola, o pivô Vitor Faverani acaba de dizer não ao Barcelona. Moral, hein?

O site TUBASKET noticia que o brasileiro estava na mira do clube catalão para a próxima temporada, mas optou por dar sequência a sua carreira com o técnico Velimir Perasovic, tendo a condição de titular da equipe assegurada. O pivô tinha contrato até o final de 2013, mas o vínculo agora deve ser estendido. 

Uma reviravolta, e tanto, na carreira desse enigmático jogador, que já foi considerado, em muitas ocasiões, um caso perdido. 

Quando o Unicaja Málaga contratou aquele jovem, alto e talentoso pivô, apostava alto. Brilhavam os olhos técnicos de base no Brasil ao falar do garoto. Ele ainda era conhecido como Tatsch. 

Mas havia um problema: na hora de falar sobre o potencial em quadra, eram só maravilhas. O resto do pacote, no entanto, levantava algumas dúvidas. Desde muito jovem Vitor encarou alguns questionamentos quanto a seu comportamento fora de quadra. 

Na Espanha, o Unicaja tinha paciência. De 2005 a 2009, foi aproveitado esporadicamente em seu elenco principal. Rodou pelas divisões menores do país em busca de cancha. No entanto, o progresso era limitado. O brasileiro engatava algumas partidas em que seu físico e jogo exuberavam. Por outro lado, ainda batia cabeça com técnicos e dirigentes, cometia erros infantis em quadra e deixava sua avaliação bem complexa. Em 2009, clube e jogador decidiram seguir caminhos opostos. 

Desde o surgimento de gente como Dirk Nowitzki, criou-se uma tara na Europa e NBA por pivôs grandalhões chutando de três pontos, sem levar em conta que talvez o alemão e alguns outros prodígios fossem, talvez, exceções. Por muito tempo isso se passou com o pivô nascido em Paulínia, São Paulo. 

Companheiro de Paulão Prestes – outro projeto de que o Málaga abriu mão, no fim, sobrando lá só Augusto Lima – no Murcia, Faverani (agora, sim) começava a responder mais em quadra, jogando mais próximo da tabela.

No ano passado, outro clube de ponta da Espanha, o Valencia, decidiu investir no seu talento. Da segunda metade da temporada da Liga ACB em diante, ele explodiu pelo time que teve Tiago Splitter por algumas breves semanas antes do fim do locaute da NBA. Ele se encontrou, conquistou os torcedores fanáticos,  diretores e, principalmente, o duro-na-queda Perasovic. 

Veja aqui o pivô falando a respeito de sua temporada em espanhol perfeito:


No período em Murcia, Faverani apronto com Magnano, deixando o técnico esperando, esperando e esperando em um hotel para um bate-papo sobre suas perspectivas em relação a jogar pela Seleção – atividade ainda mais rara até do que a de Nenê, mesmo nas divisões de base. 

O técnico argentino ficou pê da vida, com razão. E, agora que ele tem contrato até 2016, me parece que um dos lados precisará ceder se quisermos ter Faverani de verde e amarelo. 

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