domingo, 24 de junho de 2012

O recuo de Wade


Wade dessa vez seguiu LeBron. Vão continuar assim?

O Sports Guy, alterego do jornalista Bill Simmons, é leitura obrigatória quando o assunto é NBA. Seu livro, "The Book of The Basketball", se trata da obra que mais se aproxima de uma bíblia da liga norte-americana – para quem não leu, vale o esforço de pedir lá fora, mesmo com o dólar em alta. São mais de 700 páginas de diversão e informações garantidas. 

Posto isso, em sua coluna para avaliar a conquista do Miami Heat, histórica por ser a primeira de LeBron James, o autor coloca um ponto interessante: teria a lesão/problema físico de Dwyane Wade sido uma das chaves para o título?

Muito dos problemas que o time e Spoelstra enfrentaram nos últimos dois anos estavam relacionados a sua química em quadra, especialmente no ataque. 

LeBron James e Dwyane Wade bateram cabeça em muitos jogos, embora sejam muito amigos há um tempão. Quando a equipe não conseguia encaixar seu contra-ataque, sendo limitado o ataque cinco contra cinco, nem mesmo as maiores dimensões das quadras da NBA pareciam contribuir para a interação da dupla. Um aparecia na frente do outro. 

Com o joelho avariado, Wade teria se visto obrigado a conceder a liderança do time a James. O ala, dessa vez, estava preparado para corresponder. 

"O Heat tentou contrariar seis décadas de história da NBA ao escalar dois alpha dogs em conjunto, tornando-os iguais e assumindo que seu talento esmagador superaria qualquer encontrão resultante. Eles estavam errados. Basquete não  funciona assim, pelo mesmo motivo que você não precisa de dois guitarristas transcendentais em uma banda de rock. Alguém tinha de aprender a tocar o baixo. Acabou sendo Wade, e só porque o destino interveio", escreveu.

De fato, no desfecho da final do Leste contra o Celtics e durante toda a grande decisão contra o Thunder, foi LeBron quem deu as cartas por Miami. A bola ficou mais em suas mãos, para ele atormentar a defesa de OKC. A marcação individual de Sefolosha só funcionou bem no Jogo 1. A partir dali, o suíço, Durant e James Harden tiveram muita dificuldade para controlar o superastro. De frente para a cesta, ele partia para suas bandejas sem titubear. De costa para as cestas, forçava a defesa a se fechar, abrindo a quadra para os chutes de três de seus companheiros. Virou um cobertor curto, que Scott Brooks não conseguiu resolver, perdendo quatro partidas consecutivas. Por que ele nunca recorreu a uma defesa por zona é um mistério. 

Por falar em defesa, ao se ver poupado no ataque, Wade teve mais fôlego para se dedicar do outro lado e ajudou Chris Bosh a proteger o aro. O ala deve ser o jogador abaixo dos 2,00 m de altura que melhor cumpre essa missão. É algo incrível. 

Nas declarações pós-título, Simmons nota: Wade fala que foi "difícil" se ajustar a essa nova realidade. Dadas as suas condições e a dominância de LeBron, não tinha muito o que fazer.
Para as próximas semanas, o bicampeão de Miami vai decidir o que fazer com seu joelho – até hoje, não há uma informação oficial a respeito, sobre a exata natureza de seus problemas. Dificilmente vai jogar em Londres 2012 – e, se há uma país que pode se dar ao luxo de abrir mão de um atleta desse calibre, esses seriam os EUA, mesmo. 
Aos 31 anos, Wade ainda pode contribuir muito e espera chegar inteiro ao próximo campeonato. Supondo que ele se desvencilhe das questões físicas, será que vai estar preparado a ser o assistente do LeBron e, não, seu igual? Fica registrada a pergunta, que só poderá ser respondida daqui há a alguns bons meses. 

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