segunda-feira, 11 de junho de 2012

Finais da NBA: Hora de apreciar


Westbrook e Wade são dois dos atletas incríveis em ação no duelo


Durante todos os playoffs, uma coisa fica bem clara: o Miami Heat não precisa de muito para derrotar um oponente. Com duas superestrelas e Chris Bosh, o time já vai para a quadra, para um campeonato, para qualquer jogo bem posicionado para buscar a vitória.

Spoelstra deve ser cobrado por um ataque mais criativo, especialmente no que se refere a mais combinações ofensivas que envolvam mais Wade e James na mesma jogada – em vez de um monte de rabiscos que tornam um espectador do outro. Mas ele também merece o crédito pelo planejamento de uma retaguarda fortíssima, tirando proveito da capacidade atlética de seu elenco. Por vezes parece impossível converter uma bandeja contra Miami, mesmo que Joel Anthony seja o único pivô capaz de proteger o aro por cima. O problema dos atacantes é passar pelas primeira e segunda linhas defensivas, que exercem uma pressão enorme em cima da bola.

Então funciona mais ou menos assim a equação dos campeões do Leste: defender ao máximo e confiar que LeBron e/ou Wade levarão o time ao triunfo no ataque fazendo os pontos necessários.

Com a volta de um Bosh minimamente eficaz (ele não precisa chutar 50% dos três pontos, tal como fez no Jogo 7 contra o Boston, uma aberração), essa pressão ofensiva nos astros também diminui. Não é acaso a constatação de que a equipe mais odiada da NBA tenha uma campanha geral de 48 vitórias e 16 derrotas com o ala-pivô e dez vitórias e dez derrotas sem ele na escalação nesta temporada. Se um Mario Chalmers ou um Shane Battier converterem seus tiros de três pontos e se Haslem ou Anthony estejam firmes no rebote, fica ainda mais simples o encaixe.

No Thunder, de certa forma, esse equilíbrio se inverte, embora isso não queira dizer exatamente que o time flerte com a mediocridade na defesa. O que é certo, porém, para cravar: a equipe por Durant, Westbrook e Harden fará muitos pontos.

Nas finais, diante de uma defesa muito mais imponente que a do Spurs, é muito importante, todavia, que Scott Brooks consiga fazer seu ataque repetir a atuação dos últimas três partidas contra os texanos. Isto é, sem pressa – ou fome – para concluir as jogadas, com troca de passes de um lado para o outro em meia-quadra.

Agora, se o clube do Oeste conseguir sair em contra-ataque com frequência, melhor ainda. Se um Rajon Rondo sozinho causou inúmeros problemas para Spoelstra, voar de ponta a ponta com Westbrook, Durant, Harden e Ibaka parece algo bastante promissor.

Isso tudo diz respeito ao plano tático generalizado – há muitos outros detalhes para serem avaliados –, mas há mais em jogo. Oklahoma City tem a vantagem do mando de quadra, e é uma senhora vantagem considerando o quão barulhentos e insanos seus torcedores estão nos mata-matas, maaaas essa é a primeira participação dos garotos na final: pode haver nervosismo? Já o Miami sabe que segue jogando contra tudo e todos, seus atletas são mais experientes e estão mais habituados a esse cenário, maaaaaas: vão se soltar e saber ignorar a pressão pelo título após o fiasco do ano passado, ou  isso pode pesar (muito) contra?

Só sabemos o seguinte: vamos ver em ação alguns dos atletas mais absurdos (“freaks”) e habilidosos do basquete se digladiarem numa melhor de sete partidas. Vai sem palpite: vale muito mais sentar, apreciar e seguir em frente.

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